terça-feira, 7 de outubro de 2014

Alimentação e Exercício - O Sal

Reportagens como a que reproduzo abaixo são bastante comuns e sempre nos mostram os perigos do sal e do sódio.


Esta reportagem é de 2012 esta no site G1 [link].

O sal está na mira das autoridades de saúde do Brasil. Um acordo entre o Ministério da Saúde e os representantes da indústria alimentícia determinou a redução nos níveis de sal em vários tipos de alimentos, que será implantada ao longo dos próximos anos. 
Isso acontece porque o sal aumenta a pressão arterial, uma doença silenciosa, que vai danificando aos poucos as nossas veias e artérias. Quando menos se espera, ela pode resultar num infarto ou num acidente vascular cerebral (AVC). Nos dois casos, a vítima pode morrer ou sobreviver com sequelas.
O Bem Estar desta quinta-feira (19) mostrou a por que o sal aumenta a pressão e quanto da substância existe em alguns dos alimentos que já compramos prontos. A pediatra Ana Escobar, a nutricionista Silvia Cozzolino e Denise de Oliveira Resende, gerente geral de alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foram as convidadas do programa.
Na verdade, o elemento que causa a hipertensão arterial – nome que os médicos dão para a pressão alta – é o sódio. O nome do sal de cozinha na química é cloreto de sódio, ou seja, é composto por cloro e sódio. Cada grama de sal contém 400 miligramas de sódio. Por isso, essa é a nossa principal fonte do elemento, e também o maior motivo para preocupação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o ideal é não ultrapassar o limite de consumo de 2 gramas de sódio por dia, o que equivale a 5 gramas de sal. Mas o brasileiro está longe de cumprir essa meta. Em média, cada um de nós come 12 gramas de sal por dia.
O sal que consumimos não está só no saleiro, nem só na hora de temperar o arroz e o feijão. Alimentos industrializados o utilizam como conservante, e temos que incluir esse sódio na conta. A tabela acima mostra quanto sódio têm alguns alimentos. Sempre leia o rótulo com atenção, pois todo produto industrializado deve trazer a indicação da quantidade de sódio no quadro de informações nutricionais.
O processo

A função dos rins é eliminar o excesso de sais do corpo humano, mas eles têm um limite. O que os rins não conseguem eliminar fica na corrente sanguínea. Quando os vasos sanguíneos ficam cheios de sódio, eles começam a puxar mais água, o que é um processo químico natural.

Com a retenção do líquido, aumenta o volume dentro dos vasos, e consequentemente a pressão também aumenta. O coração passa a bombear o sangue mais rapidamente.
Isso é uma sobrecarga do sistema circulatório e, aos poucos, prejudica a oxigenação das células e machuca a parede dos vasos – sem causar dor, por isso é uma doença silenciosa. Sobrecarregadas, essas artérias podem sofrer algum estreitamente repentino e entupir. Se isso ocorre no cérebro, é um AVC; se ocorre no coração, é um infarto.
Se o consumo de sódio for baixo, acontece o processo contrário. O sangue circula mais lentamente, o que também prejudica a oxigenação das células, e pode causar desmaios. Por isso, durante uma crise de hipotensão arterial – pressão baixa –, um pouquinho de sal é o melhor remédio.
Em adultos, a pressão arterial ideal é 120x80 mmHg, popularmente conhecida como 12x8. Nas crianças, a pressão é um pouco mais baixa, e vai aumentando naturalmente com a idade, até atingir o nível dos adultos.
Porém, apesar de "escutarmos" que o excesso de sal gera hipertensão e que a redução dietética de sal irá trazer benefícios para a saúde, na ciência isso não é um consenso como essa reportagem pode fazer parecer.
Em julho de 2013 o foi publicado um artigo [link] onde o Centro de Controle de doenças dos EUA admite que as recomendações de redução do sal não estavam corretas. o Dr. José Carlos Souto nos fez o grande favor de traduzir esse texto, abaixo reproduzo a tradução.
Durante décadas, o governo vem tentando - e falhando - em fazer com que os americanos comam menos sal. Em abril de 2010, o Instituto de Medicina exortou o FDA a regular a quantidade de sal que os fabricantes de alimentos colocam em seus produtos; o prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, já convenceu 16 companhias a fazê-lo voluntariamente. Mas, e se os EUA realmente conseguirem reduzir o sal, o que ganharemos? Batatas fritas sem gosto, com certeza. Mas também uma nação mais saudável? Não necessariamente.


Esta semana, uma metanálise de sete estudos envolvendo um total de 6250 pessoas publicada no American Journal of Hypertension não encontrou nenhuma evidência forte de que cortar o sal reduza o risco de ataques cardíacos, derrames ou morte em pessoas com pressão normal ou alta. Em maio, pesquisadores europeus, no Journal of the American Medical Association (JAMA), relataram quequanto MENOS sódio as pessoas excretavam na sua urina (uma excelente medida de seu consumo de sal) - MAIOR era o seu risco de morrer do coração. Tais achados questionam a sabedoria convencional de que sal em excesso faz mal para você. Mas a verdade é que as evidências ligando o sal à doença cardíaca SEMPRE foram tênues.


O medo do sal surgiu há mais de um século. Em 1904 médicos franceses relataram que 6 de seus pacientes hipertensos - um risco conhecido para doença cardíaca - gostavam de sal. O receio aumentou muito na década de 1970, quando Lewis Dahl do Laboratório Nacional de Brookhaven alegou possuir “evidências científicas inequívocas” de que o sal causava hipertensão: ele induziu pressão alta em ratos alimentando-os com o que equivaleria a MEIO QUILO de sódio por dia para um humano (hoje, um americano médio consome cerca de 3,4g de sódio, ou 8,5g de sal, por dia).


Dahl também descobriu tendências populacionais que continuam a ser citadas como se fossem fortes fortes evidências da relação entre o consumo de sal e pressão alta. Pessoas vivendo em países com alto consumo de sal - como o Japão - também tendiam a ter pressão alta e derrames. Mas, como um artigo indicou anos depois no American Journal of Hypertension, os cientistas não tiveram muita sorte ao procurar tais associações quando comparavam o consumo de sódio entre pessoas dentro de uma mesma população, o que sugeria que a genética ou outros fatores culturais/ambientais pudessem ser os culpados. Ainda assim, em 1977 o Senado dos EUA, através do Comitê de Nutrição e Necessidades Humanas, produziu um relatório recomendando que os americanos cortassem seu consumo de sal entre 50 e 85%, baseado principalmente no trabalho do Dr. Dahl.


As ferramentas científicas foram muito aperfeiçoadas desde então, mas a correlação entre consumo de sal e má saúde permaneceu tênue. Intersalt, um grande estudo publicado em 1988, comparou o consumo de sal com a pressão arterial em pessoas de 52 centros de pesquisa pelo mundo e não achou nenhuma correlação entre consumo de sal e prevalência de hipertensão. Ao contrário, as populações que comiam MAIS sal, cerca de 14g por dia, tinham pressão arterial MAIS BAIXA, em média, do que os que comiam menos sal - cerca de 7,2g por dia. Em 2004, a Colaboração Cochrane, uma organização internacional de pesquisa em saúde, independente e sem fins lucrativos, que recebe parte dos seus fundos do Departamento Americano de Saúde, publicou uma revisão de 11 ensaios clínicos de redução de sal na dieta. No longo prazo, dietas de redução de sal, quando comparadas a dietas com sal normal, diminuíram a pressão arterial sistólica (o número mais alto da medida) em pessoas saudáveis em 1,1 milímetros de mercúrio (mmHg) e a pressão diastólica (o número mais baixo) em 0,6 mmHg. Isso equivale a mudar de 120/80 para 119/79. A revisão concluiu que “intervenções intensivas de redução do sal, além de pouco práticas no contexto da atenção primária à saúde, produzem reduções mínimas na pressão arterial em estudos de longo prazo”. Uma outra revisão da Cochrane de 2003, com 57 estudos de duração mais curta, também concluiu que “há pouca evidência de benefício a longo prazo na redução do consumo de sal”.


Estudos que exploraram a relação direta entre sal e doença cardíaca também não tiveram um desempenho muito melhor. Entre eles, um estudo do JAMA de 2006 comparou o consumo referido por 78 milhões de americanos com seu risco de morrer de doenças cardiovasculares em um período de 14 anos. O resultado foi que quanto MAIS sódio as pessoas consumiam, MENOR era o seu risco de morrer do coração. E um estudo de 2007 publicado no European Journal of Epidemiology seguiu 1500 pessoas idosas por 5 anos e não encontrou nenhuma relação entre os níveis de sódio excretados na urina e o risco de doença vascular coronariana e morte. Para cada estudo que sugere que o sal possa não ser saudável, há outro estudo que sugere o contrário.


Parte do problema é que os indivíduos variam em como seus organismos respondem ao sal. “É muto difícil destrinchar estas associações”, admite Lawrence Appel, um epidemiologista da Johns Hopkins University e chefe do comitê sobre o sal das Diretrizes Americanas sobre Dieta de 2010. Um estudo de 1987, frequentemente citado, publicado no Journal of Chronic Diseases, relata que o número de pessoas que apresenta QUEDA de pressão após comer MAIS sal é quase igual ao número que apresenta picos de pressão alta. E muitas pessoas permanecem com sua pressão inalterada. Isto porque “o rim humano é feito para regular a excreção de sal de acordo com o quanto se ingere”, explica Michael Alderman, um epidemiologista da Faculdade de Medicina Albert Einstein e ex-presidente da Sociedade Internacional de Hipertensão.


Alguns médicos argumentam que embora uma minúscula queda na pressão não tivesse nenhum efeito para o indivíduo - ela não afetaria seu risco de ter um ataque cardíaco - ela poderia acabar salvando vidas em nível populacional, em parte porque uma pequena proporção das pessoas, incluindo alguns afro-americanos e alguns idosos, são hipersensíveis ao sal. Por exemplo, um estudo publicado no New England Journal of Medicine estima que cortar o consumo de sal em 35% poderia salvar 44.000 americanos por ano. Mais tais estimativas também não são evidências; elas são conjecturas. E dietas pobres em sal poderia ter efeitos colaterais: quando o sal é cortado, o corpo responde liberando renina e aldosterona - uma enzima e um hormônio, respectivamente - que elevam a pressão.


Ao invés de criar políticas drásticas sobre o sal baseadas em dados contraditórios, Alderman e seu colega Hill Cohen propõem que o governo patrocine um grande ensaio clínico controlado para ver o que acontece ao longo de tempo com as pessoas que seguem uma dieta de pouco sal. Appel responde que tal estudo “não pode e não será feito”, em parte por seu alto custo. Mas a não ser que tenhamos dados claros, campanhas evangélicas anti-sal não são apenas baseadas em ciência frágil - elas são, em última análise, injustas. “Um grande número de promessas estão sendo feitas ao público em relação a um enorme benefício e vidas salvas”, diz Cohen. Mas é tudo baseado em “extrapolações altamente especulativas”
Em maio de 2013 o New York Times publicou um artigo com o seguinte título No Benefit Seen in Sharp Limits on Salt in Diet, neste artigo os autores chegam as seguintes conclusões [novamente vou "me aproveitar" da tradução do Dr. Souto]:
Um novo comitê com prestigiados cientistas concluiu que não há motivo para reduzir o sódio aos níveis recomendados pelas diretrizes vigentes;

Quando se consome menos de 2300 mg de sódio ao dia, a mortalidade aumenta;
Mesmo em pacientes com insuficiência cardíaca, a restrição severa de sódio aumenta em 3x as internações e em 2x as mortes;

Em pacientes hipertensos, consumir menos de 3g de sódio ao dia AUMENTA o risco de ataques cardíacos, derrames, insuficiência cardíaca congestiva e morte por causas cardiovasculares (mais de 7 gramas/dia também aumenta o risco - mas isso equivale a 17 gramas de sal!);

Consumir pouco sal aumenta a resistência à insulina e os triglicerídeos;

Esse aumento da resistência a insulina me parece uma alteração preocupante em relação a restrição do sal, como já escrevi em outra postagem, a resistência a insulina esta associada, com diabetes, Alzheimer, doenças cardiovasculares e obesidade.
Um trabalho realizado por Feldman e Schmidt em 2013 demonstrou que a redução da ingestão de sal leva a resistência a insulina e uma diminuição da capacidade de dilatação dos vasos sanguíneos. E este poderia ser o mecanismo pelo qual dieta com redução de sal não é efetiva para a diminuição da pressão arterial.
É importante citar que uma ingestão reduzida de sal pode diminuir nossa capacidade de eliminar o sal. Existe uma substância chamada Aldosterona que tem como função aumentar a absorção de sódio pelos rins, quando os níveis de sódio são menores do que 2,6-4,8 gramas [que são os valores normais, veja o link] os níveis de Aldosterona aumentam para evitar maiores reduções nos níveis de sódio. Assim se você quer que sua capacidade de eliminar sódio se mantenha normal, mantenha normal seu nível de sódio e não siga a recomendação de ingerir menos de 2 gramas de sódio por dia.
O Sal e o Exercício
Em relação as pessoas que fazem exercício uma ingestão adequada de sal é fundamental, pois o sódio é vital para a contração muscular e consequentemente para a produção de força.
As pessoas que tem como objetivo emagrecer também podem ter os resultados comprometidos pela restrição de sal. Isso acontece pois um aumento da resistência a insulina, que esta associada com obesidade [veja aqui e aqui], poderá acontecer com uma dieta com pouco sódio [como já mencionado].
Sabemos que uma uma dieta com redução de carboidratos e aumento da ingestão de gorduras [Dieta Evolutiva] é a mais efetiva para emagrecer [veja aqui], por esse motivo devemos dar atenção especial a ingestão de sódio/sal das pessoas que combinam essa dieta com exercício. 
Isso é importante pois a diminuição nos níveis de insulina, que também tem a função de estimular a absorção sódio pelos rins, irá ocorrer com uma dieta evolutiva favorecendo a eliminação de sódio. Jeff Volek em seu livro The Art and Science of Low Carbohydrate Performance recomenda uma suplementação de 1-2 gramas de sódio [cerca 2,5 a 5 gramas de sal] por dia para indivíduos que tenham uma dieta com redução de carboidratos.
Então se as pessoas devem ingerir pelo menos 2,6 gramas de sódio por dia, o que representa cerca de 6 gramas de sal [cada grama de sal tem 0,4 gramas de sódio], para:
  • Manter sua eliminação de sal efetiva 
  • Evitar resistência a insulina 
  • Manter níveis normais de produção de força 
  • Potencializar o emagrecimento
  • Diminuir o risco de doenças cardiovasculares
  • Diminuir o risco de derrames
  • Evitar a elevação dos triglicerídeos
E se também vimos nos textos reproduzidos e trabalhos citados anteriormente que a redução de sal na dieta não é efetiva para diminuição da hipertensão arterial, por qual motivo as autoridades nos recomendam comer menos sal? Talvez a resposta esteja outra vez em uma interpretação equivocada das informações científicas!

Para finalizar, se considerarmos que uma ingestão saudável de sódio é de pelo menos 3 gramas por dia [Em pacientes hipertensos, consumir menos de 3g de sódio ao dia AUMENTA o risco de ataques cardíacos, derrames, insuficiência cardíaca congestiva e morte por causas cardiovasculares] o que equivale a 7,5 gramas [1 g de sal = 0,4 g de sódio] e que pessoas com uma dieta evolutiva devem ingerir pelo menos mais 1 grama de sódio por [2,5 gramas de sal], podemos então recomendar uma ingestão diária de até cerca 10 gramas de sal.

Essa recomendação é importante para aquelas pessoas que tem um estilo de vida evolutivo [dieta, treinamento e repouso] e também para as pessoas que apreciam comer alimentos com sabor.


Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A culpa é das Estrelas - Parte 2

Na minha última postagem citei um filme com este título que conta a história do relacionamento de dois jovens com câncer e questionei se com esse título o autor quis dizer que algumas coisas relacionadas com a saúde acontecem ao acaso ou são determinadas pelo destino. Então mostrei que as doenças cardiovasculares, o câncer, assim como o diabetes podem estar relacionadas com hábitos alimentares que são considerados saudáveis e são também recomendados pela maioria dos profissionais da saúde e pelo nosso Ministério da Saúde.


Depois de escrever a postagem encontrei um artigo [leia aqui] escrito Mark Bittman e publicado no dia 25 de setembro no site do The New York Times, caso vocês queiram ler o artigo em português o Hilton de Souza do www.paleodiario.com.br já providenciou a tradução [veja aqui].

No parágrafo final do artigo de Bittman escreve:

"The link between diet and dementia negates our notion of Alzheimer’s as a condition that befalls us by chance." [A ligação entre dieta e demência nega a nossa noção de que o Alzheimer é uma condição que nos afeta por acaso.]

Ou seja a "culpa" do Mal de Alzheimer não é das Estrelas!

O autor cita que nos próximos 40 anos é esperado que o custo com o Mal de Alzheimer chegue a 1 trilhão de dólares pela estimativa do surgimento de mais de 115 milhões de casos da doença nos EUA. No Brasil temos cerca de 1 milhão e 200 mil casos de Mal de Alzheimer, sendo a principal causa de demência entre os idosos a partir dos 65 anos.

As informações oficiais do nosso governo, no Portal Brasil, dizem o seguinte sobre a doença:
O Alzheimer é degenerativo, mais comum após os 65 anos de idade e caracteriza-se pela perda progressiva de células neurais. A médica Sonia Brucki, do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, explica que há um acúmulo anômalo de algumas proteínas no tecido cerebral que provoca a morte dos neurônios. 
Até agora se acredita que isso seja multifatorial, causado por componente genético, fatores externos (baixa escolaridade, por exemplo), alterações vasculares (hipertensão, diabetes etc.), traumatismos cranianos com perda de consciência, alterações nutricionais e depressão”, enumera. Outros problemas podem causar demências, por exemplo, deficit de vitaminas, doenças da tireoide, alterações renais, portanto doenças que podem ser evitadas.
Atualmente, não existe medicação disponível para evitar esse acúmulo de proteínas, mas há medicamentos que retardam a progressão do Alzheimer. Algumas medicações, fornecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), aumentam uma substância no cérebro que, em menor quantidade, traz alterações na memória. 
Os sintomas geralmente são desenvolvidos lentamente e pioram com o tempo. Alguns pacientes conseguem ter uma redução progressiva da doença, mas outros não conseguem voltar à normalidade. Em casos mais graves, o paciente pode ter apatia, depressão, alucinação e pensamentos delirantes. 
Bah!!! várias coisas podem causar Alzheimer, como ficar mais velho e até mesmo não estudar! Não existe medicação para a doença e depois de diagnosticada a doença o quadro somente piore.

Um trabalho publicado em 2012 [Obesity phenotypes in midlife and cognition in early old age: the Whitehall II cohort studymostrou a relação entre obesidade e perda da função cognitiva. Outro trabalho publicado em 2012 [Relative intake of macronutrients impacts risk of mild cognitive impairment or dementia] mostrou que o risco de sofrer diminuição da capacidade cognitiva aumenta com uma dieta com alto percentual de carboidratos e reduzido percentual de gorduras. Estes dois trabalhos não são estudos experimentais randomizados [veja o que são estes estudo são aqui], eles são estudos que podem ser incluídos no grupo de estudo observacionais [veja o que são estes estudo são aqui] que nos fornecem uma correlação [duas coisas que acontecem juntas] e não relação de causa e efeito. Dessa forma é necessário cautela para fazer determinadas afirmações, pois a relação do peso corporal ou IMC [índice de massa corporal] é complexa como demonstrou um trabalho publicado em 2014 [Body mass index in dementia].

Peço que vocês leiam com atenção o resumo de mais um trabalho, publicado em 2012, chamado Insulin as a Bridge between Type 2 Diabetes and Alzheimer Disease – How Anti-Diabetics Could be a Solution for Dementia.
A diabetes tipo 2 (DM2) e doença de Alzheimer (DA) são dois dos maiores problemas de saúde hoje em dia. Diabetes tipo 2 é uma epidemia crescente, afetando milhões de pessoas idosas em todo o mundo, com grandes repercussões na vida diária dos pacientes. Isto é principalmente devido às suas complicações crônicas que podem afetar o cérebro e constitui um fator de risco para a DA. A principal característica DT2 é a resistência à insulina, que também ocorre na DA, tornando ambas as patologias mais do que meras doenças não relacionadas. Esta hipótese tem sido reforçada nos últimos anos, com um elevado número de estudos destacando a existência de várias ligações moleculares comuns. Como tal, não é de estranhar que DA atualmente seja considerada como "diabetes tipo 3" ou um "DT2 específica do cérebro", apoiando a ideia de que uma estratégia terapêutica benéfica contra a DT2 pode ser também benéfica contra DA. Com isto, pretendemos rever alguns dos recentes desenvolvimentos dos recursos comuns entre diabetes tipo 2 e AD, ou seja, na sinalização da insulina e sua participação na regulação da β-amilóide (Aâ) a placa bacteriana e formação de emaranhados neurofibrilares (as duas principais características neuropatológicas da DA) . Nós também vamos analisar criticamente o campo promissor que algumas drogas anti-DT2 podem proteger contra a demência.

Como vocês leram no parágrafo anterior o problema pode ser a resistência a insulina, para que vocês entendam bem o que isso significa vou reproduzir a explicação para esse termo do Dr. José Carlos Souto.

Nosso corpo é altamente regulado. É extremamente comum que os receptores para qualquer substância, seja ela um hormônio, um neurotransmissor ou o que for, aumentem ou diminuam em resposta ao estímulo. Quando entramos em um ambiente com algum cheiro, sentimos imediatamente. Mas após vários minutos neste ambiente, deixamos de sentir o cheiro - os receptores em nosso nariz deixam de responder. Precisamos sair, ficar vários minutos fora, e voltar para sentir o cheiro novamente. Se estamos na rua, com sol, e entramos em uma sala de cinema, ficamos temporariamente cegos - os receptores luminosos de nossa retina estão pouco responsivos, na medida em que estavam super-estimulados pelo excesso de luz. Após vários minutos, começamos a enxergar no escuro - as moléculas foto-receptoras da retina ficam cada vez mais responsivas. Quando saímos do cinema para o sol, ficamos ofuscados. Mas, após vários minutos de super-estimulação, a quantidade de foto-receptores da retina diminui drasticamente, e podemos enxergar perfeitamente. O termo em inglês para isso é "downregulation", literalmente "regulação para baixo". Quando ficamos no sol, temos um downregulation dos foto-receptores de nossas retinas - será necessário mais luz para estimulá-los
No diabetes tipo 2, a insulina é produzida normalmente (ao menos nos primeiros anos da doença); o que ocorre é a resistência à insulina, ou seja, as células deixam de responder a este hormônio. A resposta do organismo é aumentar a quantidade de insulina produzida. É como se a insulina fosse um "som", que as células pudessem ouvir; se as células vão ficando "surdas", é necessário "gritar" mais alto para que elas escutem. E, como no caso da surdez, quanto mais tempo se mantem o som alto, mais surdas elas ficam - é um ciclo vicioso. Na medida em que as células deixam de responder à insulina, o açúcar acumula-se no sangue.

Então parece que existe um forte relação entre a resistência a insulina e o risco de desenvolver o Mal de Alzheimer. Dessa forma poderíamos dizer que aquilo que pode levar a um aumento da resistência a insulina, também poderia levar ao Mal de Alzheimer.

Assim se nossa glicose sanguínea permanecer elevada, nossos níveis de insulina também serão elevados e isso irá levar a um aumento da resistência a insulina. Para medir os níveis de glicose sanguínea [consequentemente os níveis de insulina] de forma efetiva é importante fazer um exame chamado de Hemoglobina Glicada. Hemoglobina é uma proteína que transporta oxigênio no nosso sangue, essa proteína tem um tempo de vida de cerca de 90 dias, quando os níveis de glicose permanecerem elevados a hemoglobina se tornar glicada. Dessa forma esse exame tem a capacidade de mostrar quão elevada esteve nossa glicose sanguínea durante um período de 60-90 dias.

A dieta mais efetiva para redução dos níveis de hemoglobina glicada são as dietas com restrição de carboidratos, isso foi demonstrado por um importante trabalho publicado este ano, chamado Dietary carbohydrate restriction as the first approach in diabetes management: Critical review and evidence base. Dessa forma se uma dieta com redução de carboidratos, principalmente a exclusão dos alimentos com origem em grãos, alimentos ricos em açúcar e industrializados [Dieta Evolutiva] é efetiva para controlar a diabetes, que tem parece ter relação com a resistência a insulina, ela também pode ser efetiva para prevenir o Mal de Alzheimer.

Ok! Carlinhos tu mesmo escreveu que os trabalhos que ligam resistência a insulina e a ingestão elevada de carboidratos a diminuição cognitiva e demência não mostram uma relação de causa e efeito, assim como é que níveis elevados de insulina podem levar ao surgimento do Mal de Alzheimer?

A morte dos neurônios que ocorre no Mal de Alzheimer esta relacionada com a formação de uma placa de proteica que envolve os neurônios, chamada de placa amiloide. Essa placa tem como percussora uma proteína chamada beta amiloide, essa proteína é formada normalmente no nosso organismo e em cérebros saudáveis ela não leva ao mal de Alzheimer. Como diz o Neurologista Rudolph Tanzi [no livro Good Calories Bad Calories, página 207] a questão é saber porque em algumas pessoas isso leva ao desenvolvimento dos sintomas do Mal de Alzheimer?


Em 2014 foi publicado o primeiro estudo [Insulin resistance predicts brain amyloid deposition in late middle-aged adultsque demonstrou a relação entre a resistência a insulina e um aumento dos depósitos de placas amiloide nos neurônios de adultos de meia idade que apresentam níveis de glicemia normais, mas apresentam resistência a insulina.

O mecanismo que relaciona níveis cronicamente elevados com a formação de placa amiloide foi descrito pela pesquisadora Suzanne Craft [no livro Good Calories Bad Calories -página 208]. Ela explica que existe uma substância chamada IDE [insulin-degrading enzyme], esta enzima tem a capacidade de degradar [destruir] a proteína amiloide e também a insulina ao redor dos neurônios. A IDE "prefere" degradar a insulina e não a proteína amiloide, o que faria os níveis de proteína amiloide aumentarem nos neurônio e por sua vez levaria aos sintomas do Mal de Alzheimer. A relação de IDE com Alzheimer já foi demonstrado em uma trabalho com animais realizado em 2004 [Partial Loss-of-Function Mutations in Insulin-Degrading Enzyme that Induce Diabetes also Impair Degradation of Amyloid β-Protein].


Essas informações mostram que qualquer abordagem que diminua a resistência a insulina, que evite níveis crônicos de insulina elevada irá também diminuir a probabilidade do desenvolvimento Mal de Alzheimer. Entre estas abordagem podemos incluir uma dieta [dieta evolutiva]que englobe os seguintes aspectos:

  • Comer comida de verdade
  • Eliminar os alimentos que tenham grãos
  • Eliminar o açúcar
  • Reduzir ao máximo os alimentos industrializados
  • Aumentar a ingestão das gordurais naturais do alimentos
  • Não ter medo de comer carne

Parece que uma dieta evolutiva pode reduzir o risco de mal de Alzheimer já essa doença, assim como as doenças cardiovasculares, o diabetes e o câncer não parecem ser causados pelas estrelas! Se você acreditar que essas alterações são muito difíceis ou não se justifiquem, talvez no futuro você ou alguém da sua família precise do cartaz que encontrei na internet e aparece abaixo.


Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Culpa é das Estrelas?!

No último final de semana assisti um filme chamado A CULPA É DAS ESTRELAS [você pode ver o trailer aqui], o filme conta a história de dois jovens que tem câncer, mostra o surgimento de uma relação de amor entre os dois e todas as questões que envolvem o relacionamento de duas pessoas que sabem que a morte certamente chegará mais cedo do que para a grande maioria das pessoas.

 

Eu admito que tenho dificuldades de lidar com a única coisa que temos certeza que vai acontecer em nossas vidas, morrer. E talvez o motivo pelo qual trabalho e estudo a saúde seja para tentar com que essa fato consumado ocorra o mais tarde possível e assim eu possa ver meus filhos se tornarem país e quem sabe até avós.

Ao terminar o filme fiquei pensando no que esse título significa, que ideia o roteirista e o diretor tinham intenção de expressar. Será que eles estavam pensando em algum tipo de influência das estrelas sobre o câncer, será que as estrelas emitem algum tipo de radiação que seria um arauto cósmico do câncer [lembrei até do Surfista Prateado], brincadeira!


Considerando que é possível um milhão de interpretações diferentes para essa frase, imagino que uma possível seja que muitas vezes coisas que acontecem com a gente são determinadas pelo destino e que não temos controle sobre elas. Ai surgiu outra questão, será que realmente algumas questões ligadas a nossa saúde são determinadas pelo destino, "pelo desejo de Deus" [nenhuma crítica a nenhum tipo de religião], simplesmente acontecem ou é mesmo culpa das estrelas?

O câncer será por culpa das estrelas?

Hoje conhecemos uma série de fatores de risco para o câncer [veja alguns aqui], quando se fala de alimentação saudável para prevenir câncer podemos encontrar alimentos que evitam o câncer e alimentos que potencializam a doença.

Após terminar o filme comentei com minha esposa sobre os benefícios da alimentação com base evolutiva [lowcarb/paleo] no tratamento do câncer. O Dr. Dominic d'Agostine que trabalha na Universidade do Sul da Flórida [veja aqui] tem um trabalho com animais onde ele demonstrou a capacidade da dieta cetogênica de "matar as células cancerígenas de fome", pois estas células apresentam um defeito genético que não as permite utilizar gordura como fonte de energia, elas somente conseguem usar glicose. Já nossas células saudáveis podem usar as duas substâncias como fonte de energia, dessa forma uma dieta evolutiva, onde os carboidratos são extremamente reduzidos poderia matar as células cancerígenas.

Encontrei um artigo muito bom sobre esse tema [original aqui], vejam algumas partes traduzidas a seguir.

Câncer: Um Problema Novo

O câncer é uma doença moderna, era quase desconhecido antes da revolução agrícola. Após passar de uma dieta rica em proteínas, com alto teor de gorduras, reduzida em carboidratos e baixa em toxinas para uma dieta com base em cereais, as pessoas começaram a ter câncer.

Os seres humanos não são feitos para terem uma dieta baseada em grãos e carboidratos, nossos genes são feitos para responder a certos alimentos, tanto positiva como negativamente. O câncer é uma resposta bastante negativa. 

Os pesquisadores mencionam que a dieta não é o único fator para o desenvolvimento de câncer. Existem outros componentes, como atividade física regular, exposição ao sol, sono suficiente, baixa nível de estresse crônico e a falta de alimentos que também não estariam disponíveis para os nossos antepassados ​​pré-neolítico. Ok, então a dieta ainda é a parte mais importante. 

Antes que alguém comece a discursar sobre como isto somente se aplica aos carboidratos de alto índice glicêmico e divulgando  que os carboidratos complexos e os saudáveis ​​grãos integrais são importantes para uma boa saúde, é importante dizer que os grãos integrais têm uma resposta igual ou maior aos grãos não integrais [farinha branca] quando se compara a elevação da glicose e da insulina. Independentemente do tipo de grãos que você está comendo, eles ainda vão produzir uma grande elevação da glicose e consequente liberação de insulina. 

Os pesquisadores também mencionam a importância da "vitamina D. Isto é particularmente interessante, pois os grãos costumam esgotar os estoques de vitamina D e também interferem com sua absorção. Existem casos de pessoas com uma dieta baseada em grãos que desenvolvem raquitismo, apesar da ingestão adequada de vitamina D. A deficiência de vitamina D é mais um caminho pelo qual os grãos podem causar câncer.

Um estudo recente mostrou qual o papel dos grãos no câncer. Veganos, vegetarianos e a maioria dos americanos [nota do tradutor: hoje os brasileiros também] obtém a maioria de seus carboidratos dos grãos. Como os pesquisadores apontaram, carboidratos com origem nos grãos podem ser o principal problema e não os carboidratos em geral. Uma dieta rica em carboidratos é ruim para pacientes com câncer, mas uma dieta rica em cereais é ainda pior.

Normalmente, a restrição de carboidratos não se limita apenas a evitar o açúcar e outros alimentos de alto índice glicêmico, mas também a uma redução da ingestão de grãos. Grãos podem induzir inflamação em indivíduos suscetíveis, devido ao seu conteúdo de ácidos graxos ômega-6, lectinas e glúten. Em particular, o glúten pode desempenhar um papel chave na origem de doenças auto-imunes e desordens inflamatórias e algumas doenças malignas.

Grãos causam inflamação por si só, independentemente de você estar ou não em uma dieta pobre em carboidratos. Isto ocorre através de várias vias. Grãos contêm gorduras omega-6, lectinas e glúten. Tudo aquilo aquilo contribui para a inflamação irá contribuir com o câncer, mas glúten tem várias características especiais que agravam o crescimento do câncer. No intestino delgado, glúten desencadeia a libertação de uma proteína que regula as junções entre as células epiteliais do intestino e, por conseguinte, sua função de barreira sangue-cérebro. Evidências recentes sugerem que a superestimulação dessa proteína em indivíduos suscetíveis pode desregular a comunicação intercelular promovendo tumorigênese em órgãos específicos [veja aqui].

A redução da carga total de carboidratos não é tão importante como a remoção de hidratos de carbono com base de grãos. É triste pensar que o Steve Jobs [que morreu de um câncer] foi orientado para comer não só pão, como também para ter uma dieta dieta rica em carboidratos com 8-11 porções dos "saudáveis" grãos integrais todos os dias.

Os autores do estudo foram rápidos em oferecer uma solução: uma dieta baseada na evolução. Tanto estudos em animais, como em humanos têm demonstrado que uma diate baseada nos alimentos que ingerimos na maior parte da nossa evolução é extremamente eficaz em melhorar a tolerância à glicose e diminuindo o risco de doenças muito mais do que a uma dieta mediterrânea baseada em grãos. Mudar para uma dieta evolutiva irá remover os grãos e reduzir o índice glicêmico total da dieta. Os vegetais têm um índice glicêmico muito mais baixo do que os grãos. Estudos têm demonstrado que isso resulta em um melhor controle da glicose e menos inflamação. 

Dietas baseadas na evolução que, por definição, exclui produtos com origem em grãos, tem apresentado melhor capacidade para aprimorar o controle glicêmico e diminuir os fatores de risco cardiovascular do que as dietas normalmente recomendados com baixo teor de gordura e ricas em grãos integrais. Essas dietas não são, necessariamente, dietas muito pobres em carboidratos, mas o foco sobre a substituição de alimentos modernos como grãos, frutas ricas em frutose e leguminosas, desta forma reduzindo o Índice glicêmico total da dieta.

No original do artigo, vocês poderão ler outras importantes informações.

Uma dieta rica em grãos integrais e reduzida em gordura é justamente o que nosso Ministério da Saúde recomenda, assim como a grande maioria dos profissionais da saúde. Então, será que ter câncer é culpa das estrelas?

Será que é culpa das estrelas termos problemas cardíacos e diabetes?

Era uma madruga fria do inverno de 2007, fui acordado pelo telefone, antes de atender disse para minha esposa: - o pai faleceu. Depois de quase dois meses de uma diabetes descontrolada ele faleceu no hospital de infarto agudo do miocárdio. Deve ter sido culpa das estrelas?

Meados da década de 1970 meu pai foi diagnosticado como cardiopata. Ele tinha um problema de condução elétrica no coração envolvendo as Fibras de Purkinje, o que pode gerar alterações na capacidade de contração do coração [veja aqui].

Como foi nessa época que começaram das recomendações de que o saudável é uma dieta com pouca gordura e rica em grãos integrais para uma boa saúde cardiovascular [veja aqui], meu pai foi orientado a comer dessa forma. Lembro que minha mãe fazia peito de frango sem pele e com pouca gordura na panela, que ele somente comia pão integral e que evitava comer muita carne vermelha por causa da gordura saturada.

Não lembro exatamente quando meu pai foi diagnostico com diabetes tipo 2, nem quando foi o primeiro infarto ou quando foi o primeiro AVC. É meu pai teve tudo isso, mesmo seguindo uma dieta "saudável". O que eu sei é que hoje a ciência tem mostrado que o melhor para diabetes é uma dieta completamente diferente daquela recomendada para o meu pai [veja aqui e aqui] e que a gordura saturada não é fator de risco para doenças cardiovasculares [veja aqui e aqui].

Deve ter sido por culpa das estrelas que naquela madrugada do inverno de 2007 eu recebi a ligação do hospital dizendo que meu pai havia falecido!

Deve ser também por culpa das estrelas que minha sogra, uma senhora com mais de 80 anos, que come pão integral todos os dias, ingere mais carboidratos vindos das frutas do que de outros vegetais, evita as gorduras e segue todas as recomendações médicas tem diabetes tipo 2, tem hipertensão arterial, teve infarto e fez cirurgia para ponte de safena?

O melhor mesmo para saúde mundial é terminarmos com as estrelas!

Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com