Olá leitores!
Tenho o prazer de anunciar que depois de muito trabalho está no ar o site MÉTODO EVOLUTIVO. Que é o resultado de quase 8 anos de uma mudança no estilo de vida e forma de treinamento que melhoraram significativamente minha qualidade de vida.
Neste site vocês podem encontrar muitas informações e dicas muito úteis.
A partir de hoje as postagens que forem colocadas aqui também serão postadas no blog do site do Método Evolutivo.
Na postagem de hoje apresento um dos fundamentos do Método Evolutivo, a Teoria da Incompatibilidade.
Método Evolutivo, Genético, Estilo de Vida, Saúde e Aptidão Física
No mundo inteiro a mortalidade por doenças degenerativas, como as doenças cardiovasculares,
câncer, diabetes, doenças respiratórias crônicas e outras, aumentaram na última
década. Em 2012 elas foram responsáveis por 38 milhões de mortes, o que
representou 68% de todas as mortes no mundo [1]. Entre as pessoas com menos de
70 anos essas doenças representam 52% das causas de mortes [1]. As doenças
cardiovasculares são a principal causa de morte entre as doenças degenerativas,
tendo sido responsáveis por 17,5 milhões de óbitos em 2012. Como pode ser visto
na figura abaixo, as doenças cardiovasculares isquêmicas e o acidente vascular
cerebral lideram as causas de mortes. Infelizmente a perspectiva futura não é
positiva no que diz respeito a essas doenças. Em relação ao Diabetes estimasse que nos próximos 20
anos o número de diabéticos irá dobrar na África, chegando a 35 milhões de
casos [2].
Nós brasileiros também estamos sendo afetados por
esse fenômeno. No Brasil as pessoas entre 30-70 anos apresentam 19,4% de risco
de morte por doenças degenerativas [1], a isquemia cardíaca causou 139 mil mortes em 2012 [3] e as
principais causas reproduzem as estatísticas mundiais. Dados de 2016 mostram
que o diabetes foi responsável por cerca de 30 mil óbitos e os níveis elevados de
glicose sanguínea por mais de 45 mil [4].
Nos últimos anos a ciência médica teve inúmeros
avanços, entre eles podemos citar:
- · Novas tecnologias para o tratamento do câncer de
próstata;
- · Medicações antipsicóticas de última geração;
- · Regressão da perda de visão;
- · Primeiro bebê de um útero transplantado;
- · Grandes avanços no tratamento da hepatite C,
doenças autoimunes, reumatismo e melanoma;
- · Novo fármaco para insuficiência cardíaca;
- · Avaliação pré-natal mais completa;
- · Melhor estratégia de tratamentos e prevenção nas
doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer;
- · Estruturas orais 3D para dentes mais fortes;
- · Lentes de contato inteligentes;
- · Primeiro tratamento oral para a artrite
psoriática;
- · Criação de um pâncreas artificial.
Mesmo com todos esses avanços as doenças
degenerativas continuam crescendo e sendo as maiores causas mortalidade e de aumento
da morbidade. Mas como
isso é possível? Uma das explicações possíveis pode estar no fato de que a
grande maioria dos avanços médicos, como podemos ver na lista anterior, estão
relacionados com o tratamento e não com a prevenção das doenças.
Com o quadro atual e a perspectiva futura das
doenças degenerativas podemos inferir que todos os esforços gastos na sua
prevenção estão falhando. Mas estão falhando por qual motivo? Muito
provavelmente por um equívoco na identificação dos fatores de risco que levam a
essas doenças.
Acredito que a melhor hipótese que explica esses
acontecimentos é uma teoria chamada de Teoria
da Incompatibilidade. A teoria da incompatibilidade [5] diz que nossos
genes evoluíram através da seleção natural em busca de uma função aprimorada
para os ambientes em que vivemos no período pré-agricultura, que atualmente são
completamente diferentes. Grandes alterações iniciaram após o surgimento da
agricultura, mas a seleção natural é lenta e nossos genes permanecem adaptados às
condições ancestrais. Isso resulta em uma incompatibilidade entre nosso
organismo e as circunstâncias da vida moderna, levando ao desenvolvimento das
doenças degenerativas.
Um bom exemplo de como nossos hábitos de vida
afetam nossa saúde é a incidência de câncer de pulmão entre os anos de 1930 e
1990 nos EUA. Em 1930 o câncer de estômago era o câncer com maior incidência
entre os homens e o segundo câncer mais frequente entre as mulheres. Já o
câncer de pulmão era o câncer de menor incidência em ambos os sexos [6]. Porém
esse quadro se alterou sessenta anos depois, em 1990 o câncer de pulmão era o
mais mortal dos diferentes tipos de câncer, tanto para homens como para as
mulheres (como pode ser visto nos gráfico que seguem).
Essas alterações na incidência do câncer de pulmão
coincidem com o aumento do uso de cigarros nos EUA no mesmo período. Em 1930 os
americanos passaram pela Grande Depressão, e ai o número cigarros fumados por
habitante, que já vinha aumentando, apresentou um pico [7]. O uso de cigarros
por habitante subiu até 1970 e depois apresentou um decréscimo até 1990. Porém
nesse período esse número ainda era bastante elevado em relação a 1930, veja o
gráfico que segue.
A teoria da incompatibilidade sustenta aquilo que
na área da saúde é chamado de prevenção baseada na evolução. O objetivo é caracterizar
as diferenças entre o estilo de vida no ambiente ancestral e o moderno, identificar
quais dessas características estão relacionadas com o inicio e o progresso de
uma doença degenerativa específica e usar essas informações de forma integrada
com a evidência científica para a elaboração de recomendações consistentes e
eficazes para a realização de estudos sobre fisiopatologia [5].
O Método Evolutivo, assim como a prevenção baseada
na evolução, tem como matéria prima da sua fundamentação a Teoria da
Incompatibilidade. Assim, os dois comungam do mesmo princípio de que a causa
das doenças degenerativas é a incompatibilidade entre o ambiente que nossos
genes esperam encontrar e aquele que oferecemos a eles. Esse princípio em
commun nos leva a uma questão importante: poderia um estilo de vida mais
semelhante ao dos nossos ancestrais evitar a diminuição das nossas capacidades
funcionais, o ganho de gordura corporal, o surgimento de diferentes patologias
e a diminuição da qualidade de vida no transcorrer do processo de
envelhecimento?
Uma forma de buscar essa resposta é estudar
populações atuais, que tenham um estilo de vida semelhante ao dos nossos
ancestrais e/ou mantenham hábitos que possam ser caracterizados como não
industrializados ou não ocidentalizados. Dentre estas populações podemos citar
os:
- ·
Cayapo, Xavante e Yanomani no Brasil;
- ·
Trio e Wajan no Suriname;
- ·
Cashinahua no Peru;
- ·
Inuit no Canadá;
- ·
Mabaan no Sudão;
- ·
Bushmen no Kalahari/África;
- ·
Comunidade de Kitava na Papua Nova Guiné;
- ·
Athabasan no Alasca.
Nas sociedades ocidentalizadas é considerada quase
que inevitável à redução ou a perda de duas importantes funções fisiológicas, a
audição e a visão. Porém em sociedades não ocidentalizadas a visão e audição
podem ser mantidas com o passar da idade. 541 sujeitos da tribo dos Mabaan do
Sudão [8] passaram por teste de audição e praticamente nenhum deles mostrou
diminuição auditiva com a passar da idade. Em outro estudo [9] foram realizados
testes de deficiência visual de cores de Ishihara em 466 homens e 437 mulheres
indígenas das tribos Yanomani, Cayapo e Xavante no Brasil. Foram encontradas
pessoas com deficiência visual em três das quatro tribos estudadas, porém os
resultados sugerem que essas deficiências são menores nos indígenas do que na
população em geral.
A manutenção da audição constante provavelmente esta
relacionada com o fato de que a população estuda [8] não possuia fontes de
ruídos que pudessem gera frequências sonoras acima de 80 decibéis, que é
considerado o valor seguro para nossos ouvidos (veja figura abaixo), mostrando
que seu ambiente não possui um dos fatores importantes para o desenvolvimento
da diminuição ou perda auditiva.
Para a grande maioria das pessoas as alterações de
ganho de gordura corporal ou dificuldades mecânicas são algo inerente ao
envelhecimento. É extremamente comum que caracterizemos os idosos dessa forma e
isso fica claro nos símbolos utilizados para representá-los em estacionamentos
ou outros locais.
Nas populações industrializadas alterações na
composição corporal e o processo de envelhecimento estão associados. Entre essas
alterações estão incluidas aumento da gordura corporal e sua redistribuição dos
membros para a região central. Essas mudanças segundo alguns autores [10] podem
ser resultado da genética, de mudanças na dieta, no nível de atividade física
ou de uma combinação desses fatores.
Uma forte evidência de que a genética possa não
estar associada com essa mudança na gordural corporal e sim os fatores
ambientais, como a dieta e o estilo de vida ativo, é o fato de que comunidades
indíginas na América do Sul não apresentam esse tipo de alteração com o passar
da idade. Nessas populações a gordura corporal subcutânea se mantém estável dos
20 anos de idade até depois dos 60 anos [8, 11, 12], contradizendo o que
normalmente acontece nas populações industrializadas. Quando são comparadas
populações de hábitos primitivos de outras regiões do mundo com as populações
ocidentalizadas, essas diferenças na composição corporal e gordura subcutânea
também são demonstradas [13].
As comunidades com hábitos que se assemelham aos
dos nossos ancestrais também costumam apresentar maiores níveis de aptidão
física que as comunidades industrializadas. Um trabalho [14] avaliou aptidão
cardiorrespiratória e a força de uma população de esquimós vivia no Nordeste do
Canadá. Os resultados demonstraram que em todas as idades e em ambos os sexos a
aptidão cardiorespiratória foi maior do que nos norte americanos de idade
semelhante. Na faixa etária entre 20-30 anos os esquimós tiveram uma vantagem
de 25% e isto aumentou para 36% quando foram comparados os caçadores ativos na
mesma faixa etária. A força de extensão do joelho foi 50% maior nos esquimós do
que nos homens americanos. Não pode deixar de ser registrado que essas
diferenças nos níveis de aptidão física também são demosntradas entre as
crianças de comunidades de esquimós e crianças de comunidades ocidentalizadas
[15].
Como já citado anteriormente as duas maiores causas
de morte no Brasil e no mundo são o acidente vascular cerebral (AVC) o e o
infarto agudo do miocárdio (IAM). Estas duas causas foram responsáveis por
cerca de 14 milhões de mortes em 2012. É curioso notar que as pessoas que
apresentam hábitos de vida mais condizentes com as nossas “expectativas
genéticas”, praticamente não apresentam risco de desenvolvimento dessas doenças.
Em 1993 roi realizado um trabalho [16] com a população da ilha de Kitava na
Papua Nova Guiné, foi avaliada a frequência de mortes subidas, dor torácica
relacionada com esforço e agina em 213 adultos entre 20-96 anos. Não foi
encontrado nenhum caso de AVC ou de doença cardíaca isquêmica, que poderia
levar a um IAM, nessa população.
Entre as prováveis causas para essa aparente
inexistência de AVC e IAM na população de Kitava, está a manutenção da pressão
arterial normal e da composição corporal com o passar da idade [13]. Curioso
notar que quando os valores de colesterol HDL e triglicerídeos dessa população
são comparados com seus pares ocidentalizados, eles não apresentam diferenças
significativas [13, 16]. Mostrando que essas vairáveis podem não ser pré-requisitos
para uma menor incidência de IAM e AVC [13,17].
Um dos importantes fatores de risco para as doenças
cardiovasculares e AVC são as alterações no metabolismo da insulina [18], mais
importantes do que os níveis de glicose sanguínea [19]. As populações não
ocidentalizadas nas apresentam as alterações negativas relacionadas com esse
hormônio [20-22], sendo essa outra provável causa da ausência dessas doenças
entre essas populações.
Quando nos referimos às vantagens em relação à
saúde e a aptidão física das populações que possuem hábitos semelhantes aos dos
nossos ancestrais do perído pré-agricultura, muitos citam como um dos
principais motivos para essas diferenças a carga genética destas populações. Porém
muitas características de determinadas populações refletem uma adaptação a
algum fator ambiental e não a uma diferenciação genética geral [23]. Isso fica
demonstrado pelo fato de que quando as populações não industrializadas são
expostas a um estilo de vida ocidental, estas adquirem as características
negativas de sáude e aptidão física inerentes a esse estilo de vida [24-28].
Nás regiões árticas do Canadá, Alasca e Groenlândia
pode ser encontrada uma nação indígena chamada Inuit. No século XV eles tiveram
os primeiros contatos com o “homen branco” caçadores e pescadores de bacalhau,
desenvolvendo assim uma relação comercial com os europeos. No ano de 1632
iniciaram as missões jesuíticas para promover a aculturação e cristianização
dos Inuit. Entre 1984 e 1994 Rode e Shephard, pesquisadores da Universidade de
Toronto no Canadá, realizaram estudos [24-26] avaliando diferentes aspectos da
adoção de um estilo de vida ocidentalizado por esta população.
Em um estudo publicado em 1984 [24] eles avaliaram
os resultados de 10 anos de exposição a “civilização branca” ocorridos sobre 201
homens (idade entre 9-76 anos) e 143 mulheres (idade entre 10-69 anos) da
comunidade Inuit de Igloolik no nordeste do Canadá. Foram realizados testes de
exaustão máxima para avaliação da condição cardiorrespiratória e testes de
extensão do joelho para avaliação da força muscular em 1980. Que depois foram comparados
com os resultados de 1970. Os resultados dessa comparação demonstraram um
decréscimo de 15% na capacidade cardiorespiratória, um aumento da massa
corporal de 2-4 kg, acúmulo de gordura subcutânea e diminuição da força de
extensão do joelho. Estas alterações afetaram todos os sujeitos, exceto os
meninos entre 9-15 anos. Isso sugere que a perda de aptidão física está
relacionada com a adoção de um estilo de vida sedentário, como a utilização de
veículos no lugar de caminhadas na neve.
Em 1993 [25] foi examinada a associação entre as ativades
de lazer não sedentárias e vários índices de aptidão em 165 homens entre 13-39
anos e 95 mulheres entre 13-29 anos na mesma comunidade do estudo de 1984 [24].
Os indivíduos ativos conservaram os elevados níveis de aptidão observados nos
testes de 1970, mostrando substancial vantagem sobre seus pares sedentários em
termos de aptidão cardiorespiratória (27,7% homens, 21,4 % mulheres) e gordura
subcutânea (18,3% homens e 5,9% mulheres). Estes também demonstraram menor
tendência de diminuição da força extensão do joelho (8,3% homens e 2,0%
mulheres). Os autores concluíram o trabalho afirmando que um dos principais
desafios era fazer com que os Inuit passassem a ter um estilo de vida saudável,
aumentando a proporção de moradores fisicamente ativos para mais do que 18,8%
dos homens e 11,6% das mulheres.
Finalmente em 1994 [26] eles avaliaram os
resultados de 20 anos de exposição a “civilização branca” ocorrido na
comunidade Inuit de Igloolik, concluindo que a aptidão desta comunidade parece
ter sido deteriorada marcadamente com a adoção de uma estilo da vida sedentário
e que as autoridades tinham que desenvolver métodos eficientes de promoção de
um estilo de vida que seja culturalmente apropriado para as populações das
regiões árticas.
Colaboram com as informações levantadas nos estudos
de Rode e Shephard [24-26], em 2013 uma revisão sistemática da literatura [27]
demosntrou que nos últimos 50 anos os nativos americanos do Canadá e nos
Estados Unidos tem apresentado menores níves de aptidão física e atividade
física, tanto os adultos com as crianças e jovens.
Além das mudanças nos hábitos ligados à aptidão e atividade
física, as populações das regiões árticas também mostram alterações nos hábitos
alimentares depois da sua exposição a “civilização branca”. Hábitos alimentares
que aumentaram a incidência de problemas de saúde como o diabetes tipo 2. Um
estudo [28] realizado com 15 comunidades de índios Athabascan, nativos do
Alasca, foi realizado para examinar a dieta, o peso corporal e a intolerância a
glicose. Os resultados demonstraram que os indivíduos com 60 anos ou mais, que
consumiam uma maior quantidade de alimentos não indígenas apresentavam uma taxa
de diabetes do tipo 2 que era o dobra da taxa apresentada pelos que tinham um
maior consumo de alimentos indígenas. A incidência de intolerância a glicose
também foi maiorno grupo de inidivduos que tinham uma maior ingestão de
alimentos não indígenas.
A possibilidade que de adoção de que uma
alimentação diferente daquela que culturalmente os indivíduos do estudo citado
anteriormente [28] estavam acostumados a consumir seja a causa do maior risco
de diabetes, de sobrepeso e de intolerância a glicose é reforçada por outros
trabalhos [29-31], onde foi demonstrado que uma alimentação baseada em carne, peixes,
vegetais e frutas pode ser extremamente eficaz para alterções positivas nos
quadros de AVC, IAM, obesidade e diabetes.
A reposta para a pergunta sobre se a influência de
um estilo de vida como o dos nossos ancestrais caçadores coletores seria
positiva sobre diferentes aspectos da nossa saúde precisaria que este estilo de
vida fosse, dentro do possível, aplicado nos dias de hoje. E depois de algumas
gerações, verificássemos se as variáveis de saúde teriam apresentado melhoras.
Como essa abordagem levará tempo para acontecer, podemos fazer uso de um
interessante estudo [32] realizado durante nos anos de 2011, 2012 e 2013. Que
envolveu 53 pessoas saudáveis (28 mulheres e 25 homens) com idade média de 38
anos.
Este trabalho teve como objetivo avaliar a
influência sobre diferentes aspectos da saúde de um período de 10 dias, onde um
estilo ancestral foi mantido. Os
participantes passaram este período vivendo ao ar livre nos Pirineus Espanhóis.
A comida foi fornecida pela organização, a ingestão de alimentos foi planejada
antes da viagem com base na ingestão média diária de alimentos da população
Hadzabe, que tradicionalmente vive na Tanzânia.
No primeiro dia foram realiazadas medidas
antropométricas e amostras de sangue. Os exames sanguíneos foram realizados com
os participantes em estado de jejum. Eles faziam caminhadas diárias de
aproximadamente 14 km para atingir uma fonte de água, essa caminhada incluiu
alterações na altitude até 1.000 m. Os participantes carregavam mochilas com um
peso médio de 8 kg.
Foram consumidas duas refeições diárias. A primeira
era fornecida pela organização e a segunda preparada depois da chegada ao local
de acampamento. Animais, incluindo patos, galinhas, perus, coelhos e peixes,
foram entregues vivos e então preparados pelos participantes. Os peixes foram
pegos com redes no rio Noguera.
Os participantes dormiam ao ar livre em sacos de
dormir sobre pequenos colchões infláveis. As temperaturas externas variaram de
22 a 42 ° C durante a luz do dia, enquanto as temperaturas noturnas variaram de
12 a 21 ° C. Trabalho manual para limpeza das trilhas nas montanhas foi
realizado conforme acordo feito com o Governo da Catalunha.
Os resultados do período de 10 dias geraram
diminuição do peso e do IMC de 4,8%, da circunferência da cintura de 5,6% e da relação
cintura/quadril de 2,5%. Considerando os exame clínicos ocorrereu uma diminuição
da glicose de 12,5%, na insulina de 55%, na hemoglobina glicada (HbA1c) de 1,8%,
nos triglicerideos de 20%, no colesterol total de 13,7%, no colesterol LDL
21,9% e relação triglicerideos/HDL colesterol de 19,3%.
Em relação á síndrome metabólica, que é uma
alteração no metabolismo da insulina. que pode levar a complicações como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares,
hipertensão, ovários poliscisticos, esteatose hepática não alcóolica (gordura no
fígado), algumas formas de câncer e apnéia do sono [33]. O período de 10 dia gerou
uma provável redução dos riscos. Pois, dos cinco critérios utilizados para o
diagnóstico de síndrome metabólica [33] houve alterações positivas em três
deles, redução do gordura abdominal (circunferência da cintura), redução na
glicose sanguínea em jejum e redução dos triglicerídeos.
Todas as informações levantadas até aqui demonstram
que utilização da anásile e identificação dos possíveis hábitos de vida dos
nossos ancestrais pré-agricultura, assim como o estudo do estilo de vida de
populações atuais não ocidentalizadas, pode ser extremamente eficaz na criação
de uma matriz evolutiva que fundamenta a formulação de programas que têm como
objetivo a saúde e a aptidão física. Isso se torna ainda mais importante, pois
atualmente nossos esforços na prevenção de uma série de doenças degenerativas
não vêm se mostrando eficazes e fazendo que adotemos uma cultura que prioriza o
tratamento e não a prevenção.
Carlinhos
Referências
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