segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Alongamento e Aquecimento - Parte 2


Pessoal! Continuando o tema alongamento e aquecimento ai está a parte 2! a Parte 1 pode ser lida  no link! Abração!

Parte 2 

Introdução

Quando da realização de um exercício físico ou de uma atividade esportiva existe a necessidade de que o organismo humano seja submetido a um estresse superior ao imposto pelas atividades diárias e como conseqüência, adaptações fisiológicas ocorrerão. Estas adaptações se manifestam do ponto de vista cardiorespiratório, endocrinológico e neuromuscular, e visam aumentar o nível de funcionamento do organismo para que este possa tolerar o exercício (Robergs & Robergs, 2002).

Para que ocorra uma adaptação mais rápida do organismo ao novo nível de estresse imposto pelo exercício é comumente utilizada uma técnica de exercícios dinâmicos de intensidade leve a moderada e/ou exercícios de alongamento, que precede a atividade principal, chamada de aquecimento.

Quando analisamos a literatura percebemos que as maiores justificativas para a realização do aquecimento são a melhora da performance, a prevenção de lesões e a segurança (Barnard et al, 1973; Foster et al, 1982; De Renne et al, 1992; Noonan et al, 1993; Safran et al, 1988; Wenos & Konin, 2004; Burkett, et al 2005; Faigenbaum, 2005). Porém existem na própria literatura divergências quanto à capacidade do aquecimento de atingir os objetivos descritos anteriormente (Shrier, 2004; Hart, 2005).
           
É fundamental que identifiquemos, através de dados de trabalhos científicos, se o aquecimento realmente é capaz de alcançar os objetivos aos quais se propõem. E, além disso, também parece ser fundamental determinarmos qual o melhor tipo de atividade para ser realizada no aquecimento. Para isso analisaremos a influência do aquecimento na performance, na segurança cardiovascular e na prevenção de lesões.

Aquecimento e Performance em Atividades de Força, Potência e Velocidade.

Em atividades que envolvem força e potência a influência do aquecimento parecer ser positiva (Church et al, 2001; Gougoulis et al, 2003; Faigenbaun, 2005) sendo capaz de aprimorar a performance em testes de salto vertical (Koch, 2003; Burkett et al, 2005), em movimentos de rebatidas de basebol (DeRenne et al, 1992) e de corridas de curta distância (Fletcher & Jones, 2004). Contudo é interessante observarmos que dependendo do tipo de exercício realizado no aquecimento este pode diminuir a performance. CRAMER ET AL (2004) analisando o torque isocinético máximo (TIM) dos extensores do joelho observaram que após o alongamento estático ocorria uma redução significativa do TIM em velocidades de 60 e 240 graus por segundo. Resultados similares foram obtidos na avaliação da ação muscular concêntrica isocinética do bíceps braquial com e sem alongamento antes de um teste de força (Evetovich et al, 2003), que levaram a conclusão de que a realização de atividades como alongamento antes dos testes de força é prejudicial à performance.

A redução da força voluntária máxima após exercícios de alongamento pode ser de até 25% após 30 minutos de exercícios de alongamento (Fowles et at, 2000). Analisando está informação poderíamos acreditar que somente períodos prolongados de exercícios de alongamento poderiam reduzir a força. Contudo observando o trabalho de CRAMER ET AL (2004) notamos que foram realizados antes de testes do TIM dos extensores do joelho apenas 4 exercícios de alongamento que reduziram o TIM dos extensores do joelho, mostrando que períodos mais curtos de alongamento também podem diminuir a força muscular. Colaborando com está informação NELSON & GUILLORY (1995) demonstraram que períodos de 15 minutos de exercícios de alongamentos ativos e passivos anteriormente a realização de testes de TIM dos extensores do joelho também geravam uma redução significativa do TIM. Além do alongamento ativo e passivo, trabalhos de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) também podem diminuir a performance em atividades de força-potência, como saltos verticais (Church et al, 2001), quando precederem estas atividades.

A redução da força muscular após exercícios de alongamento pode estar relacionada com danos musculares ocorridos durante o alongamento, já que tensões pequenas, ao redor de 20% além do comprimento da fibra muscular em repouso, podem causar danos musculares e reduzir a força muscular (Shrier et al, 2004). BLACK & STEVENS (2001) demonstraram, em ratos, que tensões geradas por alongamentos onde o comprimento da fibra muscular em repouso era superado em 5% podia reduzir a força muscular isométrica em também 5%.

 FOWLES ET AL (2000) afirmam que a redução da força após exercícios de alongamento esta relacionada com uma redução da ativação muscular, já que 60% da redução da força isométrica máxima á causada por alterações neurais, como reflexos do Órgão Tendinoso de Golgi (TNG), que é capaz de diminuir a produção de força dos músculos agonistas para reduzir a probabilidade de lesões.

A diminuição na performance de corridas de curta duração (~20 metros) após exercícios de alongamento pode estar relacionada com o aumento da capacidade de distensibilidade da unidade músculo-tendão, fazendo com que esta diminua sua capacidade de estocar energia na fase excêntrica da contração muscular (Fletcher & Jones, 2004).


As informações anteriores estão de acordo com a informação de SHRIER (2004) que após uma revisão de literatura concluiu que exercícios de alongamento antes de atividades de força ou potência diminuem a performance.

Referências na parte 1


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