Pessoal! Continuando o tema alongamento e aquecimento ai está a parte 2! a Parte 1 pode ser lida no link! Abração!
Parte 2
Introdução
Quando da realização de um exercício físico ou de uma atividade esportiva existe a necessidade de que o organismo humano seja submetido a um estresse superior ao imposto pelas atividades diárias e como conseqüência, adaptações fisiológicas ocorrerão. Estas adaptações se manifestam do ponto de vista cardiorespiratório, endocrinológico e neuromuscular, e visam aumentar o nível de funcionamento do organismo para que este possa tolerar o exercício (Robergs & Robergs, 2002).
Para que ocorra uma adaptação mais
rápida do organismo ao novo nível de estresse imposto pelo exercício é
comumente utilizada uma técnica de exercícios dinâmicos de intensidade leve a
moderada e/ou exercícios de alongamento, que precede a atividade principal,
chamada de aquecimento.
Quando analisamos a literatura
percebemos que as maiores justificativas para a realização do aquecimento são a
melhora da performance, a prevenção de lesões e a segurança (Barnard et al,
1973; Foster et al, 1982; De Renne et al, 1992; Noonan et al, 1993; Safran et
al, 1988; Wenos & Konin, 2004; Burkett, et al 2005; Faigenbaum, 2005).
Porém existem na própria literatura divergências quanto à capacidade do aquecimento
de atingir os objetivos descritos anteriormente (Shrier, 2004; Hart, 2005).
É fundamental que identifiquemos, através de dados
de trabalhos científicos, se o aquecimento realmente é capaz de alcançar os
objetivos aos quais se propõem. E, além disso, também parece ser fundamental
determinarmos qual o melhor tipo de atividade para ser realizada no
aquecimento. Para isso analisaremos a influência do aquecimento na performance,
na segurança cardiovascular e na prevenção de lesões.
Aquecimento e Performance em Atividades de Força, Potência e Velocidade.
Em atividades que envolvem força e
potência a influência do aquecimento parecer ser positiva (Church et al, 2001;
Gougoulis et al, 2003; Faigenbaun, 2005) sendo capaz de aprimorar a performance
em testes de salto vertical (Koch, 2003; Burkett et al, 2005), em movimentos de
rebatidas de basebol (DeRenne et al, 1992) e de corridas de curta distância
(Fletcher & Jones, 2004). Contudo é interessante observarmos que dependendo
do tipo de exercício realizado no aquecimento este pode diminuir a performance.
CRAMER ET AL (2004) analisando o torque isocinético máximo (TIM) dos extensores
do joelho observaram que após o alongamento estático ocorria uma redução
significativa do TIM em velocidades de 60 e 240 graus por segundo. Resultados
similares foram obtidos na avaliação da ação muscular concêntrica isocinética
do bíceps braquial com e sem alongamento antes de um teste de força (Evetovich
et al, 2003), que levaram a conclusão de que a realização de atividades como
alongamento antes dos testes de força é prejudicial à performance.
A redução da força voluntária máxima
após exercícios de alongamento pode ser de até 25% após 30 minutos de
exercícios de alongamento (Fowles et at, 2000). Analisando está informação poderíamos
acreditar que somente períodos prolongados de exercícios de alongamento
poderiam reduzir a força. Contudo observando o trabalho de CRAMER ET AL (2004)
notamos que foram realizados antes de testes do TIM dos extensores do joelho
apenas 4 exercícios de alongamento que reduziram o TIM dos extensores do
joelho, mostrando que períodos mais curtos de alongamento também podem diminuir
a força muscular. Colaborando com está informação NELSON & GUILLORY (1995)
demonstraram que períodos de 15 minutos de exercícios de alongamentos ativos e
passivos anteriormente a realização de testes de TIM dos extensores do joelho
também geravam uma redução significativa do TIM. Além do alongamento ativo e
passivo, trabalhos de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) também
podem diminuir a performance em atividades de força-potência, como saltos
verticais (Church et al, 2001), quando precederem estas atividades.
A redução da força muscular após
exercícios de alongamento pode estar relacionada com danos musculares ocorridos
durante o alongamento, já que tensões pequenas, ao redor de 20% além do
comprimento da fibra muscular em repouso, podem causar danos musculares e
reduzir a força muscular (Shrier et al, 2004). BLACK & STEVENS (2001)
demonstraram, em ratos, que tensões geradas por alongamentos onde o comprimento
da fibra muscular em repouso era superado em 5% podia reduzir a força muscular
isométrica em também 5%.
FOWLES ET AL (2000) afirmam que a
redução da força após exercícios de alongamento esta relacionada com uma
redução da ativação muscular, já que 60% da redução da força isométrica máxima
á causada por alterações neurais, como reflexos do Órgão Tendinoso de Golgi
(TNG), que é capaz de diminuir a produção de força dos músculos agonistas para
reduzir a probabilidade de lesões.
A
diminuição na performance de corridas de curta duração (~20 metros) após
exercícios de alongamento pode estar relacionada com o aumento da capacidade de
distensibilidade da unidade músculo-tendão, fazendo com que esta diminua sua
capacidade de estocar energia na fase excêntrica da contração muscular
(Fletcher & Jones, 2004).
As informações anteriores estão de
acordo com a informação de SHRIER (2004) que após uma revisão de literatura
concluiu que exercícios de alongamento antes de atividades de força ou potência
diminuem a performance.
Referências na parte 1
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