Inúmeras vezes as pessoas escutam na mídia que o melhor tipo de
exercício é natação, em outra reportagem escutam que é a musculação, alguns
meses depois outra reportagem fala que o melhor exercício é o pilates. E pode
ter certeza que daqui algum tempo vai surgir outro tipo de exercício que será
considerado o melhor.
Qualquer um desses exercícios apresenta características extremamente
positivas e sem dúvida nenhuma eles são capazes de fazer com que as pessoas
atinjam seus objetivos, sejam eles quais forem.
Mas, existe o melhor exercício? Minha resposta é para essa pergunta é
sempre a mesma: o melhor exercício é aquele que você gosta e aquele que você
vai fazer. Pois de nada adianta eu descrever os inúmeros benefícios de uma
modalidade de exercício se meu aluno não gosta dessa modalidade e vai acabar
não fazendo os exercícios regularmente.
Uma ou duas ou três sessões de treinamento [de qualquer modalidade] não
serão suficientes para que as respostas positivas ao exercício sejam alcançadas,
é necessário que a pessoa pratique a modalidade escolhida de forma regular. Se
a pessoa não gosta de uma atividade com certeza sua adesão ao programa de exercícios
será pequena e se a adesão é pequena os benefícios não serão atingidos.
Um trabalho [1] publicado neste ano mostrou que as alterações positivas
decorrentes de um programa de reabilitação cardíaca envolvendo alterações alimentares
e as práticas de exercícios estão diretamente relacionadas com o grau de adesão
as modificações no estilo de vida envolvendo exercício e alimentação.
Outra questão fundamental em relação ao tipo de exercício é o fato de
que as pessoas devem praticá-los por vontade própria, pois não exista nada pior
do que fazermos algo que não temos vontade. Ser obrigado a fazer algo contra
nossa vontade sem dúvida nenhuma não é algo benéfico. Vou descrever um estudo
feito com ratos [2] que pode nos trazer informações importantes [porém é importante
considerar as limitações dos estudos com modelos animais].
O título do estudo é:
Forced treadmill exercise training exacerbates
inflammation and causes mortality while voluntary wheel training is protective
in a mouse model of colitis [Exercício
forçado em esteira aumenta a inflamação e a mortalidade enquanto exercício
voluntário gera proteção para colite em uma modelo animal].
O objetivo do
trabalho foi analisar se o treinamento físico reduz a inflamação e
sintomatologia em um modelo animal para colite [uma doença inflamatória do intestino].
A hipótese dos autores era que a corrida forçada [CF] ou voluntária [CV]
reduziriam os sintomas de colite e inflamação do cólon em resposta a uma
estimulação medicamentosa da doença. Camundongos foram divididos aleatoriamente
em grupo sedentário, um grupo de CF e outro de CV. Contrariamente à hipótese
dos autores, o grupo de CF teve exacerbada a sintomatologia da colite e
inflamação do cólon. Eles também observaram uma maior mortalidade no grupo de
CF. Ao contrário o grupo de CV teve os sintomas e a inflamação do cólon diminuídos.
Os autores concluíram que a CF exacerba os sintomas de colite, enquanto a CV
diminuí sintomas e a mortalidade.
Outro estudo [3] com
animais demonstrou que o exercício voluntario é mais benéfico do que o
exercício forçado para redução dos aspectos ligados ao Mal de Alzheimer. Mesmo
que o exercício forçado possa ser benéfico em alguma situação, como é o caso no
Mal de Parkinson, onde quando os animais fazem exercícios forçados os aspectos relacionados
à função motora são aprimorados [4], parece importante considerar que de forma
geral os benefícios do exercício voluntário parecem serem superiores aos do
exercício forçado.
Assim quero deixar
com mensagem final de que vocês devem sim fazer exercícios, mas vocês devem
escolher uma modalidade de exercícios que lhes agradem, pois somente dessa
forma a adesão será alta e os benefícios poderão ser alcançados.
Grande abraço!
Carlinhos
Referências:
Muito legal esta abordagem, muitas vezes vemos pessoas se exercitando por obrigação pelo simples motivo de que o médico mandou.
ResponderExcluirComo em tudo na vida sem gostar é difícil! Abraço.
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