As atividades profissionais da
grande maioria das pessoas envolvem atividades sedentárias, ainda mais nos dias
de hoje onde a importância dos meios eletrônicos cresce a cada dia. Esse ambiente
sedentário esta relacionado com uma série de enfermidades como problemas de
coluna e lesões crônicas.
Com o objetivo de diminuir o
risco desses problemas foi criada a ginástica laboral em meados dos anos 1920.
A ginástica laboral é uma modalidade de exercício realizada no ambiente de
trabalho e tem como objetivos:
- Aliviar o estresse e as tensões acumuladas, provocadas pelo excesso de trabalho;
- Reeducar a postura corporal, principalmente para trabalhos que exijam movimentos repetitivos;
- Diminuir o sedentarismo e a fadiga;
- Aumentar o ânimo, melhorar o desempenho no trabalho e a integração no grupo de trabalho;
- Prevenir lesões nas mãos, ombros, coluna, punhos e as doenças como LER (Lesões por Esforços Repetitivos).
A ginástica laboral pode ser
dividida em dois tipos [1], a preparatória e compensatória. A ginástica laboral
preparatória é realizada antes das atividades de trabalho ou nas primeiras
horas do turno de trabalho. Envolve exercícios de alongamento e aquecimento.
Por sua vez a ginástica laboral compensatória é realizada no meio da jornada de
trabalho, são realizados exercícios de descontração muscular e relaxamento,
tendo com objetivo diminuir a fadiga e o risco de enfermidades profissionais
crônicas.
Normalmente os exercícios de
força não são utilizados em programas de ginástica laboral, uma dos motivos
pode ser o fato que os períodos de tempo dedicados às sessões de ginástica
laboral sejam de até 15 minutos diários. Como as sessões de exercícios de força
são normalmente maiores isso impossibilitaria sua inclusão em um programa.
Sobre esse tema em junho deste
ano foi publicado um trabalho [2] muito interessante. O objetivo do estudo foi
avaliar a influência da inclusão de exercícios de força para grandes grupos
muscular em programa de ginástica laboral sobre a percepção de dor e estados de
humor.
Vinte trabalhadores com idade
média de 24 anos foram aleatoriamente divididos em grupo experimental com 10
pessoas e um grupo controle com outras 10 pessoas. Enquanto o grupo controle
permaneceu com 5 sessões semanais de alongamento com duração de 15 minutos, o
grupo experimental substituiu 3 dessas sessões por sessões de exercícios de
força para grandes grupos musculares (3 séries de 5 exercícios com duração de
também 15 minutos) por durante oito semanas.
A composição corporal, a força máxima,
a sensação de dor (através do questionário NMQ - Nordic Musculoskeletal
Questionnaire) e o estado de humor (através do questionário POMS - Profile of
Mood States) foram avaliadas após 4 semanas e também ao final do treinamento.
O grupo experimental (exercícios
de força) mostrou um ganho de força 22,9% em comparação aos 4% do grupo controle.
O ganho de força do grupo experimental foi seguido por uma diminuição
significativa na escala de fadiga e dor corporal e também melhora no estado humor,
que não ocorreram no controle grupo. Não houve alteração na composição corporal
em ambos os grupos.
Segundo os autores os resultados
indicam que a inclusão de três sessões semanais de exercícios de força com
duração de 15 minutos promove benefícios adicionais de saúde em um programa de
ginástica laboral.
Esse trabalho mostra a importância da inclusão de exercícios
de força em uma rotina de treinamento seja em casa, na escola, na empresa ou na
academia. Mostra também que não é necessário que você treine 1 ou 2 horas por
dia. Para finalizar esse trabalho reforça minha abordagem
evolutiva do treinamento.
Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com
Referências:
- http://www.confef.org.br/RevistasWeb/n13/02_GINASTICA_LABORA.pdf
- Sena KF, et al 2015. Short-Duration Resistance Training in Company Exercise Programs Promotes Strength Gains and Reduces Pain in Workers.
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