Repense o Exercício como uma Fonte Imediata de Recompensa.
*Escrito por Jane E. Brody. Essa é uma tradução
adaptada, para acessar o original clique aqui.
Em uma dessas manhãs eu pretendia matar minha
sessão de natação diária. Eu já tinha feito uma caminhada de 5 km e levado meu
cão para passear no parque. Estava realmente cansada, minhas costas estavam
doloridas, tinha que escrever uma coluna para o jornal e muitas outras coisas
para fazer.
Mas eu sabia por experiência própria que me
sentiria muito melhor após 40 minutos de natação. Assim, fui nadar. Eu não só
me senti melhor e refrescada, mas também com mais energia, mais lúcida e melhor
preparada para enfrentar outro dia fundamental.
Michelle Segar, que dirige o Sport, Health and Activity Research and
Policy Center na Universidade de Michigan, diria que eu reformulei minha
experiência de exercício, provavelmente aumentando as chances de continuar
praticando natação, mesmo nos dias em que eu não tenha vontade. E isso aconteceria
porque eu iria considerar a natação como uma atividade reparadora e positiva.
Na verdade, o exercício é algo que eu faço, não porque eu tenho que fazer ou porque
foi me dito que era importante, mas porque eu sei que ele vai faz com que eu me
senti melhor.
Dra. Segar, uma psicóloga
especializada em ajudar as pessoas a adotar e manter hábitos de exercícios
regulares é a autora do livro “No
Sweat: How the Simple Science of Motivation Can Bring You a Lifetime of Fitness”.
Sua pesquisa mostrou que mesmo as
pessoas que dizem odiar exercícios ou perderam o interesse podem aprender a
apreciá-lo e permanecer dentro de um programa.
Três anos atrás, escrevi
sobre a pesquisa pelo Dra. Segar e outros mostrando que a promoção da
atividade física para prevenir ou controlar doenças, perder peso, esculpir o
corpo ou como forma de tratamento não obteria sucesso no objetivo de fazer com
que maioria das pessoas aderisse a um programa de exercícios e/ou de se
manterem nele.
"A saúde não é motivação suficiente
e relevante para que a maioria das pessoas faça atividade física e a priorizem na
sua rotina agitada de vida" disse o Dra. Segar em uma entrevista.
Embora pareça contraditório,
estudos têm mostrado que as pessoas cujos objetivos são a perda de peso e
melhorar saúde tendem a gastar a menos do seu tempo com exercício. Isso é
verdade mesmo para os adultos mais velhos, como mostrou estudo com 335 pessoas
(homens e mulheres) com idades entre 60-95 anos.
Em vez disso, a Dra. Segar e
outros tem visto que recompensas imediatas que melhoram a vida diária oferecem
mais energia, melhoram o estado de espírito, diminuem o estresse e possibilitam
mais oportunidades de se conectar com amigos e familiares geram muito mais
motivação. "Eu gosto de pensar de atividade física como forma de nos
revitalizar e renovar, como combustível para melhor aproveitar e ter sucesso
naquilo que mais nos importa", disse ela.
Em seu novo livro, ela descreve
as estratégias para chegar até as pessoas mais sedentárias, começando com
formas de superar as falhas do passado e sentimentos negativos sobre o
exercício que fazem com o exercício seja encarado como um castigo mais do que
como prazer.
Em vez da recomendação tradicional
de meia hora de exercício moderado três dias por semana ou acumular o mesmo
tempo semanal com doses de 10 minutos de exercício duas ou mais vezes por dia, a
Dra. Segar sugere foco na ideia de que "tudo conta", como usar as
escadas em vez do elevador, capinar o jardim, dançar ou ir a pé até o mercado
comprar água. "Devemos contar toda e qualquer oportunidade para nos movermos
na nossa vida como válida", escreveu ela.
Dr. Segar compara a escolha por
exercícios à escolha que fazemos de um dos 31 sabores de sorvetes na Baskin-Robbins
(nota do tradutor: Rede
americana de sorveterias): "Existem tantas opções, que devemos escolher
o “sabor” da atividade física que melhor se encaixa para aquele dia e momento.”
O que tenho vontade de fazer hoje? A neurociência da recompensa mostrou que
esta abordagem pode promover e reforçar os sentimentos positivos sobre ser o
exercício.
Também importante é dar a si
mesmo permissão para fazer uma auto avaliação da prioridade da atividade física.
A Dra. Segar escreveu: "Quando não priorizamos o cuidado de nós mesmos,
porque estamos ocupados servindo outros, a nossa energia não é reabastecida. Em
vez disso, ficamos exaustos e nossa capacidade de estar à disposição para os
outros ou para outra coisas fica comprometida”.
As pessoas que fazem a atividade
física uma prioridade não têm necessariamente mais tempo do que outros. Em vez
disso, elas se certificam de reservar tempo para o exercício, porque eles sabem
que com isso melhoraram seu desempenho e sua qualidade de vida. Tem sido
demonstrado, por exemplo, que os alunos que fazem pausas nas tarefas escolares e
nessas pausas se exercitam são mais capazes de prestar atenção e aprender.
Falando sobre o "paradoxo do
auto cuidado", a Dra. Segar escreveu: "Quanto mais energia você dispende
para cuidar de si mesmo, mais energia você terá para todo o resto”. Ela sugere
visualizar a atividade física como uma fonte de energia para tudo o que você
quer realizar. "O que nos sustenta, nós apoiamos", escreveu ela.
Para aqueles que sentem que estão
negligenciando a família aos fazer exercícios, ela sugere incluí-los na
atividade. A rotina pode ajudar a promover uma cultura de atividade física no
futuro. Quando meu irmão e eu éramos jovens, meu pai nos levava para passear
nos finais de semana. Ele nos ensinou a nadar e como ter prazer com as
atividades na água. Nos dias de hoje nós continuamos apreciando o que a
atividade física traz para nossas vidas. Nós nos sentimos como lesmas quando
não podemos nos exercitar.
Mesmo aqueles com as melhores
intenções, muitas vezes fracassam pelo estabelecimento de metas rígidas em
relação ao exercício. Eles tentam a fazer demais e quando eles não podem manter
a rotina acabam desistindo. No lugar de uma meta de desempenho, a Dra. Segar
sugere a criação de uma "meta de aprendizado" e também aprender a ser
flexível e se permitir alguma folga, quando necessário.
Outra questão importante é ser
capaz de fazer alterações no seu planejamento. Quando uma tarefa de última hora
corta uma sessão treino planejada, você não deve ignorar a sessão por completo.
Mesmo 10 ou 20 minutos de atividade é melhor do que nada. Se você está muito
cansado depois do trabalho para ir à academia, pense em uma atividade alternativa
que possa ser realizada, como uma caminhada ao por do sol com um amigo, brincar
com seus filhos ou levar seu cão para passear. Ou ainda, vá dormir mais e acorde
meia hora antes do horário normal para se exercitar.
Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com
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