Em relação a ações de
sustentabilidade podemos aprender pelo menos 10 lições com os japoneses, são
elas:
- Coleta seletiva de lixo
- Destino correto do lixo
- Utilização de fontes de energia renováveis
- Utilização de novas fontes de combustível automotivo
- Economia de água e energia
- Respeito ao meio ambiente
- Preferência pelo transporte coletivo
- Preocupação com a poluição
- Uso da tecnologia em favor do meio ambiente
- Casas sustentáveis
No vídeo “O que o Japão pode ensinar
ao Brasil?” Luiz Cama, com mais de 50 anos de experiência em Comunicação,
conta um pouco sobre o que um país como o Japão pode ensinar ao Brasil. Ele fala
sobre civilidade, respeito, trabalho e disciplina.
Mas o Japão também pode nos
fornecer importantes aprendizados sobre Colesterol e Saúde. Escrevo esta
postagem com o objetivo de apresentar algumas informações para que todos nós
passemos a olhar e pensar de forma diferente sobre esse importante tema.
“Nosso desejo fervoroso é que, através deste trabalho, as pessoas
possam ver que a hipótese do colesterol como fator de risco para as doenças
cardíacas se baseia em dados muito fracos que por vezes foram consideravelmente
distorcidos. De fato, muitos estudos no Japão realmente mostram que o
colesterol desempenha um papel muito positivo na saúde. Esperamos que a
Associação Japonesa de Aterosclerose [JAS], e as autoridades do governo que
defendem as recomendações da JAS, reconheçam o colesterol como um amigo e não
um inimigo. Enquanto isso continuaremos pressionando para aceitação de uma nova
hipótese do colesterol e para a reversão o que vemos como o maior erro cometido
pela ciência médica no século passado.”
Esse é o último parágrafo da
conclusão de um trabalho [Towards a Paradigm
Shift in Cholesterol Treatment. A
Re-examination of the Cholesterol Issue in Japan] publicado em 30 Abril de 2015 no
periódico “Annals of Nutrition
& Metabolism”. Este trabalho é composto por 116 páginas
divididas em 11 capítulos que discutem os conceitos atuais sobre colesterol e
doenças cardiovasculares. Além deste parágrafo outras importantes informações
são fornecidas nas conclusões, como:
“No Japão, onde a expectativa média de vida tem sido a maior do mundo a
décadas, mostramos que o colesterol não é um inimigo, mas um amigo. Tem sido
demonstrado que a população japonesa, em geral com altos níveis de colesterol
total e/ou de LDL [lipoproteína de baixa densidade], apresenta uma baixa
mortalidade por todas as causas.”
“Em relação à doença cardíaca coronariana [DCC] e colesterol alguns
estudos epidemiológicos encontraram uma associação entre níveis elevados de
colesterol e mortalidade por DCC em homens japoneses. Em mulheres japonesas, no
entanto, esta associação foi encontrada em apenas um estudo [NIPPON DATA 80].
De fato, outros estudos têm mostrado que a mortalidade DCC em mulheres
japonesas não está relacionada com os níveis de colesterol total ou até mesmo
apresenta uma associação inversa. Um exame mais detalhado dos estudos que
mostram a existência de uma associação positiva entre os níveis de colesterol e
mortalidade por DCC em homens revela que isso é explicado, em grande parte, pela
presença de participantes com hipercolesterolemia familiar [FH]. A proporção de
participantes do estudo NIPPON DATA 80 com FH foi cerca de duas vezes maior que
na população em geral japonesa. Além disso, as alta taxas de incidência e
mortalidade de DCC vistas em pessoas com FH não pode realmente ser explicado
por seus níveis de colesterol; estes níveis são essencialmente o mesmo entre as
pessoas com FH que desenvolveram e não desenvolveram
DCC.”
“Os níveis de colesterol também têm alguma associação com o câncer,
infecções e doença hepática. Pessoas com níveis elevados de colesterol
apresentam menores taxas de incidência e mortalidade destas doenças. Com
relação à doença hepática especificamente, se os níveis de colesterol são altos
o suficiente, doença hepática grave não se desenvolve.”
As recomendações oficiais sobre o
colesterol também foram discutidas nesse trabalho, como podemos ser no resumo
do cápitulo 4 [Japan Atherosclerosis Society (JAS) Guidelines]:
“A Associação Japonesa de Aterosclerose [JAS] emitiu orientações sobre
lipídeos séricos várias vezes desde 1997. Neste capítulo, discutiremos algumas
de nossas preocupações sobre as diretrizes e também as implicações da aplicação
destas orientações para o diagnóstico e tratamento da hiperlipidemia. A figura
mais importante contida na primeira edição publicada em 1997 foi criada para
refletir dos resultados de seis estudos epidemiológicos, a maioria dos que consideramos
tiveram algumas falhas metodológicas notáveis. A figura apresenta uma relação
claramente positiva entre os níveis de colesterol e doenças cardíacas
coronárias; no entanto, nós sentimos que na verdade ela não reflete com
precisão os dados disponíveis. Além disso, o alvo do tratamento recomendado
pelas diretrizes JAS incialmente eram os níveis de colesterol total e mais
tarde passaram os níveis de LDL [lipoproteína de baixa densidade] e seus níveis
foram determinados, aparentemente, sem base científica. Também não esta clara,
em qualquer das edições das orientações, a razão de por que os níveis de LDL
constituem um alvo melhor do que os níveis de colesterol total. A edição de
2013 do Guia do JAS tratamento para dislipidemia é a primeira das publicações
da sociedade para conter conflito de interesse.”
Em consideração ao uso das
estatinas [drogas para baixar o colesterol] os autores escrevem:
“O estudo mais influente feito no Japão sobre o uso de estatinas foi
Management of Elevated Cholesterol in the Primary Prevention Group of AdultJapanese [MEGA]. Infelizmente ele teve algumas falhas graves, como por exemplo,
a recomendação de uma dieta tanto para o grupo de usava estatina e dieta como
para o grupo que somente controlava a dieta ser conhecidamente prejudicial.
Esta dieta era composta por levadas quantidades de ácidos graxos trans e
reduzidos níveis de ácidos graxos ômega-3, o que de fato pode induzir doença
arterial coronariana.”
“Outros estudos de intervenção com estatinas também foram falhos. Entre
eles, o Japan Lipid Intervention Trial [J-LIT], que foi estudo mais citado nas
Orientações da JAS 2012 J [JASG2012], não tem um grupo de controle. JASG2012
citou-o como um estudo de coorte e não fez qualquer menção ao aumento da
mortalidade por qualquer causa que foi encontrada no J-LIT em os participantes
cujos níveis de colesterol diminuíram acentuadamente. A ingestão de uma dieta
rica em ácidos graxos saturados não se mostrou prejudicial no Japão, na
verdade, ocorreu o inverso, mas JASG2012 recomendou uma dieta reduzida em
ácidos gordos saturados.”
Os autores também afirmam que os
efeitos adversos das estatinas são discutidos de forma limitada nas
recomendações oficiais:
“Efeitos adversos importantes que envolvem o sistema nervoso, apesar de
não ocorrem frequentemente, não são mencionados no JASG2012. Também não são
mencionadas à relação destas drogas com câncer e diabetes. Existem relatos
recentes de o risco de câncer de mama aumentar em mais de duas vezes após 10
anos de uso das estatinas. Outros efeitos adversos das estatinas incluem
teratogenicidade [capacidades de gerar deformações no feto durante a gravidez],
o prazer sexual deprimido, neuropatia periférica, catarata, perturbações
músculo esqueléticas e disfunção hepática.”
“As orientações JASG2012 recomendam o controle mais rigoroso do
colesterol em pacientes com diabetes para a prevenção primária da DCC e a
utilização de estatinas para esta finalidade, apesar do fato de que as
estatinas elevarem os níveis sanguíneos de glicose e hemoglobina glicosada
[HbA1c] e aumento de incidentes diabetes. As estatinas alteram o metabolismo da
glicose através e recentes estudos clínicos não mostraram quaisquer benefícios
das estatinas para pacientes com diabetes.”
Neste trabalho podemos ler afirmações que necessitam de
reflexão, são elas:
“O público japonês não é cético sobre os benefícios da terapia médica.
Eles geralmente aceitam tudo que médicos dizem. Infelizmente, isso também é um
problema já que os médicos não têm tempo suficiente para estudar o problema de
colesterol, preferindo simplesmente aceitar as informações fornecidas pela
indústria farmacêutica.”
“As diretrizes oficiais geralmente são tidas em alta conta no Japão e
são usadas como mecanismos de administração da saúde pública. Os médicos tendem
a simplesmente obedecer às orientações; suas cargas de trabalho, muitas vezes
não lhes permitem explorar a questão de forma rigorosa o suficiente para saber
a verdade e eles têm medo de litígios se não seguirem as orientações [oficiais]
na prática diária.”
Finalizo esta postagem com o
primeiro parágrafo da introdução deste trabalho:
“Níveis elevados de colesterol são reconhecidos como uma das principais
causas da aterosclerose. No entanto, há mais de meio século alguns têm
desafiado esta noção. Mas qual é o lado correto, e por que não podemos chegar a
uma conclusão definitiva depois de todo esse tempo mesmo com mais dados
científicos disponíveis? Acreditamos que a resposta seja muito simples: em
relação ao lado que defende essa chamada teoria do colesterol [ou teoria
dieta/coração], a quantidade de dinheiro envolvida “nesse jogo é muito alta”
para que eles não tenham uma vitória. A questão do colesterol é um ponto da
medicina onde a lei da econômica governa.”
Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário