Proteína e Exercício
Minha intenção inicial era
prosseguir com as postagens sobre alimentação e exercício escrevendo sobre qual o
tipo de alimentação é ideal no período anterior ao exercício. Porém nas últimas
semanas apareceram na televisão reportagens que em algum momento falavam sobre
o risco da ingestão de proteínas em excesso, principalmente por praticantes de
musculação. Inclusive escrevi uma postagem falando
sobre uma dessas reportagens [veja aqui].
Como alguns dos meus alunos
fizeram comentários sobre essas reportagens e citaram que muitas vezes “os
médicos” disseram que comer muita proteína é perigoso, resolvi escrever sobre
proteína e exercício.
Existem diferentes trabalhos
científicos que demonstram não haver riscos para a saúde quanto uma
ingestão proteica é superior a recomendação diária alimentar [que é de cerca de
1 grama de proteína para cada quilo de peso corporal]. Abaixo mostram alguns:
- Protein-enriched meal replacements do not adversely affect liver, kidney or bone density:
- an outpatient randomized controlled trial. Mostrou que uma maior ingestão proteica não gera efeitos adversos sobre a densidade mineral óssea e a função renal.
- Dietary protein intake and renal function. Mostrou que uma ingestão aumentada de proteínas não gera riscos de problemas renais em pessoas saudáveis.
- Optimizing bone health in older adults: the importance of dietary protein. O trabalho demonstrou não existir riscos de osteoporose com uma ingestão de proteínas que supere a recomendação diária.
Minha intenção hoje é mostrar que
existem situações relacionadas ao exercício que demonstram a importância de um
aumento na ingestão de proteínas.
Situação 1
Dietas tradicionais de restrição
calórica podem gerar alguma perda peso corporal, mas muitas vezes isso acontece
juntamente com a perda de massa corporal magra. Isso explica por que tantas
pessoas algumas pessoas que reduzem as
calorias ingeridas perdem peso mas não diminuem seu percentual de gordura. Pessoas que se exercitam e ao
mesmo tempo fazem restrição calórica podem ter benefícios aumentando sua
ingestão de proteínas para dobro da recomendação de ingestão proteica, como
demonstrado em dois estudos.
No primeiro deles, realizado por
Walgerg JL e colaboradores em 1988 [veja aqui] avaliarem 19
pessoas que faziam musculação. Estas pessoas foram divididas em dois grupos, um
grupo com ingestão hipocalórica com 1g de proteína por quilo de peso corporal
[1g/kg] e rica em carboidratos e outro grupo com uma dieta hipocalórica com
ingestão elevada de proteína [2g/kg] e pobre em carboidratos. Ao
final do estudo os autores concluíram que a dieta hipocalórica com redução de
carboidratos e 2x mais proteína resultou em uma retenção de proteínas mais
eficiente do que uma dieta hipocalórica com mais carboidratos e com a
recomendação tradicional de proteínas.
No segundo estudo [veja aqui], mulheres que
fizeram exercícios aeróbicos combinados com uma dieta hipocalórica e rica em
proteínas tiveram melhoras resultados na redução do peso corporal e da retenção
de massa muscular do que mulheres que faziam exercício combinado com uma dieta
hipocalórica rica em carboidratos e pobre em proteínas
Situação 2
Quando as pessoas fazem
treinamento de musculação, levantamento de pesos ou treinamento de força com
peso corporal elas alcançam uma utilização de proteínas mais eficiente do que
pessoas sedentárias. Dessa forma não é necessário que indivíduos treinados ingiram
maiores quantidades de proteína para manutenção da massa muscular [Butterflield & Calloray,
1984], porém se pessoas treinadas querem aumentar a massa muscular terão
que aumentar a ingestão de proteínas,
Situação 3
Vegetarianos e veganos usam como
fonte de proteínas alimenta de origem vegetal, porém as proteínas vegetais são
menos eficientes do que as proteínas de origem animal para o ganho de massa
muscular. Isso acontece, pois esses alimentos são muitas vezes defiocientes
aminoácidos essenciais. E, no caso de algo como proteína de soja, que é apenas
não tão eficaz como uma proteína animal como soro de leite:
- Após o treinamento de resistência, proteína de soja desponta a produção de testosterona nos homens [Kraemer e colaboradores, 2013].
- Em ambos os jovens e os idosos, whey promove uma maior síntese de proteína muscular do que a proteína de soja [Phillips e colaboradores, 2009].
- Mulheres que consomem proteína animal têm maior massa muscular do que os vegetarianos do sexo feminino [Albertin-Leheudre & Adelercreutz, 2009].
Pessoas que optem por não ingerir
alimentos e proteínas de origem animal devem ingerir uma quantidade maior de
proteínas para compensar as deficiências da proteína de origem animal.
Por fim, temos evidências
científicas que embasam uma ingestão aumentada de proteínas quando estamos
participando de um programa de treinamento para condicionamento físico e saúde,
como também informações que demonstram que esse aumento de proteínas não gera
riscos para saúde.
Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com
Tenho uma dúvida Carlinhos, quando a proteína pode virar açúcar?
ResponderExcluirEstou curioso pelo post do que comer antes durante e depois do treino.
Abraço!
ótimo paleo-blog!
ResponderExcluiradoro ler as postagens!
estou ansiosa pelas próximas postagens sobre alimentação e exercício!