Nos últimos anos foram realizados uma série de trabalhos que avaliaram a influência do treinamento concorrente sobre diferentes aspectos do condicionamento físico e saúde.
Vejamos o que dizem alguns desses trabalhos.
Dolezal e colaboradores 1998
30 homens saudáveis e fisicamente ativos com média de 20 anos de idade participaram de um programa de treinamento que teve duração de 10 semanas e foram aleatoriamente colocados em dos 3 grupos que fizeram parte do estudo. grupo de treinamento aeróbico [TrA] fez 3 sessões de corrida por semana, o grupo de treinamento de força [TrF] fez 3 sessões por semana de exercícios de força com pesos livres e o grupo de treinamento combinado [TrC] fez 3 sessões por semana dos dois treinamentos realizados no mesmo dia. Antes e depois das 10 semanas foram avaliadas a porcentagem de gordura corporal [PG], potência aeróbica máxima [PA] e a força máxima [FM].
Os 3 grupos apresentaram reduções no PG, na comparação entre os grupos a maior redução do PG foi no grupo TrC. A PA somente mostrou melhoras no grupo de TrA. A FM somente aumentou nos grupos TrF e TrC,
Os autores concluíram que o TrF melhora a FM e o PG, que o TrA melhora a PA e o PG e que o TrC gera alterações na PA, na FM e no PG para indivíduos jovens. Porém as alterações na FM do TrC são menores do que no TrF e as alterações na PA do TrC são menores do que no TrA.
Häkkinen e colaboradores 2003
Neste trabalho foi demonstrado que tanto o treinamento somente de força [TF] realizado 2x/semana quanto o treinamento de força combinado com treinamento aeróbico [TFCA] realizado 4x/semana [2x exercícios de força e 2x exercícios aeróbicos] são capazes de gerar alterações na força máxima dinâmica, força máxima isométrica [estática] e hipertrofia muscular [aumento da massa muscular].
Após 21 semanas de treinamento os autores concluíram que o treinamento aeróbico não interfere no desenvolvimento de força e nem na hipertrofia gerada pelo treinamento de força.
Sillanpää e colaboradores 2009
Após 21 semanas de treinamento os autores concluíram que o treinamento aeróbico não interfere no desenvolvimento de força e nem na hipertrofia gerada pelo treinamento de força.
Sillanpää e colaboradores 2009
Este estudo teve como objetivo avaliar a influência do treinamento de força isolado [TF], do treinamento aeróbico isoladao [TA] e do treinamento combinado [TFCA] sobre fatores de risco para problemas metabólicos de homens entre 40 e 50 anos. O grupo TF e o TA treinaram 2x/semana, enquanto o grupo TFCA treinou 4x/semana [2x TF e 2x TA].
A pressão arterial sistólica e diastólica diminuíram significamente no grupo TF e TA, mas não ocorreu alteração nessa variável para o grupo TFCA. Os níveis de glicose e insulina em repouso durante o teste de tolerância oral a glicose não foram diferentes entre os grupos. Ocorreram pequenas mudanças nos lipídios e lipoproteínas no sangue em todos os grupos.
Os autores concluíram que tanto o TF quanto o TA podem melhorar a saúde metabólica e que o TFCA não gera alterações complementares.
Ghahramamloo e colaboradores 2009
A pressão arterial sistólica e diastólica diminuíram significamente no grupo TF e TA, mas não ocorreu alteração nessa variável para o grupo TFCA. Os níveis de glicose e insulina em repouso durante o teste de tolerância oral a glicose não foram diferentes entre os grupos. Ocorreram pequenas mudanças nos lipídios e lipoproteínas no sangue em todos os grupos.
Os autores concluíram que tanto o TF quanto o TA podem melhorar a saúde metabólica e que o TFCA não gera alterações complementares.
Ghahramamloo e colaboradores 2009
Um total de 27 indivíduos foram divididos aleatoriamente em um dos três grupos que faziam parte deste estudo. O primeiro grupo foi de treinamento aeróbico em esteira [TA], o segundo grupo foi de treinamento com pesos [TF] e o terceiro grupo combinou as duas formas de treinamento [TC]. Todos os grupos treinaram durante 8 semanas.
Os perfis de lipoproteínas de alta densidade e de baixa densidade melhoram significativamente nos grupos TA e TC, mas não no grupo TF. Os valores de triglicerídeos e colesterol total melhoram significativamente nos três grupos de treinamento. Massa de gordura total diminuiu significativamente nos grupos TA e TC, mas não no grupo TF, enquanto a massa magra aumentou significativamente nos grupos TF e TC, mas não no grupo TA.
Estes resultados indicam que a TC pode ser usado para melhorar simultaneamente o perfil sanguíneo de lípidos e a composição corporal em homens jovens aparentemente saudáveis e não treinados.
O objetivo deste estudo foi determinar a freqüência ideal de treinamento aeróbico e de resistência combinados para melhorar a força muscular [FM], a aptidão cardiovascular [AC] e tarefas funcionais [TFun] em mulheres com mais de 60 anos. 63 mulheres foram aleatoriamente colocadas e um dos três grupos de treinamento físico que fizeram parte do estudo. Os indivíduos do grupo 1 [G1], do grupo 2 [G2] os indivíduos realizaram 2 sessões de treinamento de força [TrF] e 2 sessões treinamento aeróbico [TrA] por semana e as pessoas do grupo 3 [G3] realizaram 3 sessões de TrF e 3 sessões TrA por semana. O período de treinamento teve duração de 16 semanas.
Ocorreram mudanças significativas na FM, AC e TFun nos três grupos. Porém o fato de realizar 1, 2 ou 3 sessões de cada treinamento não gerou alterações diferentes entre os grupos.
Schumann e colaboradoes 2014
Este trabalho investigou os efeitos da ordem do treinamento de força [TF] e do treinamento aeróbico [TA] dentro da mesma sessão de treinamento sobre o tempo de exaustão no teste de bicicleta [TE], sobre a potência aeróbica [PA], sobre a força máxima [FM], sobre a composição corporal [CC] e sobre os lipídios no sangue [LS].
34 homens jovens, saudáveis e fisicamente ativos treinaram de 2-3 vezes por semana durante 24 semanas e foram divididos em 2 grupos. O primeiro grupo fazia primeiramente o TA e depois o TF [TA+TF] na mesma sessão e o segundo grupo fazia primeiramente o TF e depois o TA [TF+TA].
O TE, a PA e FM aumentaram entre 12-15% para o grupo TA+TF e 16-17% para o grupo TF+TA, essas diferenças entre os grupos não foram significativas.
Ambos os grupos aumentaram a massa magra total [ 3% TA+TF e 3% TF+TA], a quantidade de massa muscular [ 14% TA+TF e 16% TF+TA] e não ocorreram mudanças significativas nos LS nos dois grupos.
Os resultados mostraram que com uma frequência moderada [2-3 vezes por semana] de um treinamento com a combinação de TA+TF ou TF+TA gera melhorias significativas na aptidão física e massa corporal magra. Como não foram observadas diferenças entre os grupos, estes resultados indicam que a ordem de de execução do TF e TA dentro da sessão de treinamento não afeta as adaptações em jovens saudáveis e ativos fisicamente.
Esses estudos nos permitem as seguintes conclusões sobre a combinação de treinamento de força [TrF] e treinamento aeróbico [TrA] em uma mesmo programa de treinamento:
Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com
Ocorreram mudanças significativas na FM, AC e TFun nos três grupos. Porém o fato de realizar 1, 2 ou 3 sessões de cada treinamento não gerou alterações diferentes entre os grupos.
Schumann e colaboradoes 2014
Este trabalho investigou os efeitos da ordem do treinamento de força [TF] e do treinamento aeróbico [TA] dentro da mesma sessão de treinamento sobre o tempo de exaustão no teste de bicicleta [TE], sobre a potência aeróbica [PA], sobre a força máxima [FM], sobre a composição corporal [CC] e sobre os lipídios no sangue [LS].
34 homens jovens, saudáveis e fisicamente ativos treinaram de 2-3 vezes por semana durante 24 semanas e foram divididos em 2 grupos. O primeiro grupo fazia primeiramente o TA e depois o TF [TA+TF] na mesma sessão e o segundo grupo fazia primeiramente o TF e depois o TA [TF+TA].
O TE, a PA e FM aumentaram entre 12-15% para o grupo TA+TF e 16-17% para o grupo TF+TA, essas diferenças entre os grupos não foram significativas.
Ambos os grupos aumentaram a massa magra total [ 3% TA+TF e 3% TF+TA], a quantidade de massa muscular [ 14% TA+TF e 16% TF+TA] e não ocorreram mudanças significativas nos LS nos dois grupos.
Os resultados mostraram que com uma frequência moderada [2-3 vezes por semana] de um treinamento com a combinação de TA+TF ou TF+TA gera melhorias significativas na aptidão física e massa corporal magra. Como não foram observadas diferenças entre os grupos, estes resultados indicam que a ordem de de execução do TF e TA dentro da sessão de treinamento não afeta as adaptações em jovens saudáveis e ativos fisicamente.
Esses estudos nos permitem as seguintes conclusões sobre a combinação de treinamento de força [TrF] e treinamento aeróbico [TrA] em uma mesmo programa de treinamento:
- É capaz de gerar resultados positivos para a aptidão física e na composição corporal.
- Pode trazer resultados positivos para jovens e idosos de ambos os sexos.
- O TrA não gera interferência negativa sobre os ganhos de massa muscular gerados pelo TrF.
- Apresenta a mesmo potêncial de melhora na saúde metabólica que os TrF e TrA realizados isoladamente.
- A combinação do TrF e TrA na mesma sessão não impossibilita alterações positivas.
- A ordem do TrF e TrA dentro da mesma sessão não altera os resultados possíveis.
- Para pessoas jovens pode gerar alterações na força muscular menores do que as geradas pelo TrF isolado,
- Para pessoas jovens pode gerar alterações na capacidade aeróbica menores do que as geradas pelo TrA isolado.
- Pode ser mais efetiva na redução do percentual de gordura.
- Em idosos 1 sessão de cada tipo de treinamento por semana pode ser efetiva para melhoras na aptidão física e composição corporal.
Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com
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