Notas:
Essa postagem ficou bastante extensa, porém acredito que para falar desse tema isso tenha sido necessário.
Peço desculpas para os leitores desse blog que não praticam mergulho SCUBA e que por ventura tenham a dificuldades para entender alguns termos ou conceitos aqui colocados. Me coloco a disposição para qualquer esclarecimento.
INTRODUÇÃO
A exploração de ambientes subaquáticos
acontece desde 2500 a.C., quando mergulhadores gregos tornaram as
esponjas um produto comercial (McARDLE ET AL, 2003). Hoje as pessoas se
aventuram no ambiente subaquático para experimentar a sensação de “não ter
peso”, encontrar seres diferentes e coloridos, para exploração arqueológica,
para extração de petróleo, e também com fins científicos.
Como todo a exploração, a exploração do
ambiente subaquático apresenta riscos. Dentre estes riscos temos a doença
descompressiva (DD), que é o aspecto mais misterioso e mais estudado do
mergulho desde o século XIX.
A DD é a manifestação de diferentes sinais e sintomas que surgem
após um mergulhador realizar uma descompressão e pode levá-lo à morte. O
entendimento da DD passa pela definição da palavra descompressão, que pode ser
definida como o ato de diminuir a pressão. Quando uma descompressão não é
realizada da forma adequada pode ocorrer a formação de bolhas nos tecidos que
geram diferentes sinais e sintomas ocasionados pelo bloqueio do fluxo sangüíneo
e/ou por danos gerados por efeitos mecânicos e bioquímicos (HAMILTON & THALMANN,
2002).
Essa formação de bolhas gasosas nos
tecidos corporais é decorrente da absorção de nitrogênio ou de outro gás inerte
pelos nossos tecidos (BUHLMANN ET AL, 1967), que ocorre durante a compressão,
ou seja, com aumento da pressão gerado pelo aumento da profundidade (NAUI,
1994), e também pela liberação do mesmo gás durante uma descompressão
inadequada. Podemos definir descompressão inadequada como uma diminuição da
pressão em velocidades superiores a 18 metros por minuto (HAMILTON &
THALMANN, 2003). Dependendo da profundidade (pressão) à qual o mergulhador fica
exposto e do tempo nesta profundidade, essa velocidade de subida deve ser
diminuída e paradas descompressivas a determinadas profundidades, por
determinados períodos de tempo, devem ser realizadas. Esta modificação do
padrão de subida é denominada de descompressão estagiada, que por vez é a
aplicação de uma série de equações matemáticas que estimam a absorção de gases
inertes e de como esse gás será eliminado durante a subida (PALMER, 1997), de forma
a evitar a formação de bolhas nos tecidos.
Podemos afirmar que a DD é um fenômeno
que apresenta um certo grau de complexidade para o entendimento de seus
mecanismos e para o desenvolvimento de métodos preventivos e de tratamento. A
complexidade da busca pelo entendimento da DD pode ser identificada na
afirmação de que “é necessária a utilização de diferentes cenários para a
explicação de cada um dos tipos de sintomas da DD” (IMBERT, 1998, p.139).
Outro aspecto do quadro de dificuldade
desta busca é notado quando do ponto de vista histórico percebemos que o estudo
da DD iniciou a mais de um século, em 1873 com o Dr. A.H. Smith estudando os
males ocasionados nos trabalhadores da construção da ponte do Brooklyn
(NY/USA), gerados pelos turnos de trabalho em caixões pressurizados, e teve seu
marco de transição para o mergulho com a publicação da obra intitulada THE
PREVENTION OF COMPRESSED - AIR ILLNES de J.S. Haldane, A. Boycott e G.
Damant em 1908 (McARDLE ET AL, 2003). Desde então, diversos autores (BERG, 1945;
BUHLMANN ET AL, 1967; SPENCER, 1976; RATTNER ET AL, 1979; WISLOFF &
BRUBAKK, 20O1; HYLDEGARD, 2001; CARUTRAN ET AL, 2002) buscam dados para
ampliação das ferramentas para o entendimento da DD. A partir deste período,
surgiram diferentes métodos para diminuir a incidência de DD, como a teoria da
dinâmica dos gases na sua fase livre (MAIKEN, 1995). Este modelo descompressivo
difere dos modelos baseados no trabalho de HALDANE, que tem como fundamento
principal, os gases inertes dissolvidos (HENRIQUES, 1995), por considerar que a
DD também pode ser causada por bolhas gasosas que nunca estiveram dissolvidas
nos tecidos. Além de métodos que alteram o modo como um mergulho é realizado,
temos também os métodos que buscam modificar a maneira como nosso corpo lida
com os gases inertes respirados durante o mergulho. Como exemplo temos a
utilização de micróbios intestinais, capazes de metabolizar o Hidrogênio, com o
objetivo de diminuir a carga de gás inerte durante mergulhos simulados com
animais (FAHLMANN ET AL, 2001; KAYAR ET AL, 2001).
No que tange ao exercício e ao treinamento físico, sua influência
sobre a DD vem sendo estudada desde a década de 40 (HARRRIS ET AL,1945A; HARRIS
ET AL, 1945B; WHITAKER ET AL, 1945). Um
elevado grau de condicionamento físico mostrou ser capaz de reduzir a
incidência e as probabilidades de DD devido às alterações geradas na quantidade
de bolhas formadas após mergulhos simulados e reais em homens e animais
(RATTNER ET AL, 1979; CARTURAN ET AL, 2002). Mais recentemente, Dujic et al.
(2004) analisaram a influência do exercício aeróbico realizado anteriormente ao
mergulho, sobre a formação de bolhas gasosas após o mergulho em seres humanos.
Cuja influência se mostrou benéfica. Os resultados e outras questões
pertinentes ao trabalho de Dujic et al. (2004) serão analisadas nesta resenha
crítica.
O trabalho a ser analisado foi escrito por Zijko Dujic, Darko
Duplanici, Ivana Merionovic-Terzic, Darija Bakovic, Vledimir Ivancev, Zoran
Valic, Davor Eterovic, Nadan M Petri, Ulrik Wisloff e Alf O Brubakk e realizado
na UNIVERSITY OF SPLIT SCHOOL OF MEDICINE na cidade de SPLIT na CROÁCIA.
Posteriormente foi publicado no JOURNAL OF PHYSIOLOGY - LONDON (QUALIS A
Internacional: CAPES) no seu volume 555, número 3, páginas 637-642,
com o título de AEROBIC EXERCISE BEFORE DIVING REDUCES VENOUS GAS BUBBLE
FORMATION IN HUMANS. No ANEXO 1, temos uma cópia do artigo original em
Inglês e no ANEXO 2, uma cópia da tradução do artigo original para o Português.
APRESENTAÇÃO DA OBRA
Um modelo com animais (ratos) demonstrou que uma única sessão de
exercício aeróbico realizada 20 horas antes do mergulho gerava uma proteção
quanto a DD grave e morte, assim como reduzia a quantidade de bolhas (WISLOFF
& BRUBAKK, 2001). Desta maneira, no trabalho em questão (DUJIC ET AL, 2004)
os autores decidiram investigar a hipótese, em seres humanos, de que uma única
sessão de exercício aeróbico realizada 24 horas antes de um mergulho simulado
poderia reduzir a formação de bolhas após o mergulho.
Para isso foi estudada uma população de 13 mergulhadores do sexo
masculino com idade variando entre 22 e 38 anos e com índice massa corporal
(IMC) entre 21,5 e 29 kg/cm². Os procedimentos experimentais foram
conduzidos de acordo com a declaração de Helsinque e aprovados pelo comitê de
ética da UNIVERSITY OF SPLIT SCHOOL OF MEDICINE. Além disso, cada um dos
participantes forneceu um consentimento informado por escrito e assinado.
Após a determinação do consumo máximo de oxigênio (VO2máx)
e da freqüência cardíaca máxima (FCmáx), através de um teste de esforço em
esteira, cada um dos sujeitos realizou dois mergulhos simulados em uma câmara
hiperbárica. Os mergulhos foram realizados à uma pressão de 280 kPa (28
metros), respirando ar comprimido e permanecendo nesta pressão por 80 minutos.
Ao final de cada mergulho o indivíduo era descomprimido em uma velocidade de 90
kPa/min (9 m/min) até a pressão de 130 kPa (3 metros), onde permanecia por 7
minutos e depois, na mesma velocidade, era descomprimido até a pressão da
superfície (100 kPa).
Os dois mergulhos eram separados por um período de 7 dias, um
deles era precedido por uma sessão de exercício aeróbico em esteira. Esta
sessão de exercício era composta por 3 minutos a 90% da FCmax e 2 minutos a 50%
da FCmax, sendo esse conjunto de 5 minutos repetidos por 8 vezes. Este
protocolo para sessão de exercício é baseado em um método de treinamento que
tem a finalidade de aumentar o VO2máx de jogadores de futebol (DUJIC
ET AL, 2004).
Ao final da descompressão até 100kPa o individuo era colocado em
decúbito lateral esquerdo e uma investigação cardíaca era realizada
utilizando-se um scanner ultra-sônico, com o objetivo de avaliar a graduação
das bolhas. A monitorização das bolhas foi realizada a cada 20 minutos por um
período de 80 minutos após o mergulho simulado.
Além da graduação das bolhas feita pelas imagens cardíacas, que
são equivalentes a escala sonora de Spencer (SPENCER, 1976), a quantidade de
bolhas por cm² também foi mensurada. As diferenças da quantidade e da graduação
das bolhas entre os mergulhos e entre os grupos (mergulho c/ exercício e
mergulho s/ exercício) foram avaliadas através de um teste para amostras
pariadas (WILCOXON) com um limite de significância de P<0,05.
Os resultados (DUJIC ET AL, 2004) mostraram que quando uma sessão
de exercício aeróbico era realizada antes do mergulho simulado, ao final deste
ocorria uma redução da graduação máxima das bolhas de 3 para 1,5 (P = 0,002)
e a média das bolhas por cm² era reduzida de 0,98 para 0,22 (P = 0,006).
Os dados completos para cada um dos mergulhadores aparecem na TABELA 1 (ANEXO
1).
De acordo com Dujic et al (2004), foi a primeira vez que uma única
sessão de exercício aeróbico, não um programa de treinamento, demonstrou ser
capaz de reduzir a formação de bolhas pós-mergulho em seres humanos. A redução
de bolhas ocasionada por uma única sessão de exercício havia sido demonstrada
somente em animais (WISLOFF & BRUBAKK, 2001). Se considerarmos a observação
de que uma graduação de bolhas de nível 3 esta relacionada com um aumento dos
riscos de DD (SAWATZKY & NISHI, 2001 apud DUJIC ET AL, 2004), o
exercício pode ser considerado uma medida preventiva em relação a DD.
Considerando-se que a origem das bolhas pode ser micronúcleos
gasosos (BERG ET AL, 1944), que são bolhas com um diâmetro inferior a 1 mícron
(HENRIQUES, 1995) e que ficam presas no endotélio vascular, podendo crescer com
a redução da pressão ambiente (DUJIC ET AL, 2004). Podemos inferir que o
mecanismo de proteção gerado pelo exercício aeróbico pode estar relacionado com
a produção de óxido nítrico (ON) (WISLOFF ET AL, 2003). O ON pode gerar
alterações na parede endotelial e reduzir o número de micronúcleos aderidos à
parede dos vasos sanguíneos (WISLOFF & BRUBAKK, 2001).
Entretanto existe, a possibilidade de que o mecanismo de proteção
seja multifatorial (DUJIC ET AL, 2004). Um estudo envolvendo ratos, que
recebiam altas doses de ON síntase (uma droga inibidora do ON), demonstrou um
aumento na formação de bolhas pós-mergulho quando a droga era administrada em
comparação a um mergulho sem a administração da droga (WISLOFF ET AL, 2003).
Mas, quando os ratos recebiam a droga inibidora e realizavam uma sessão de
exercícios, o aumento na formação de bolhas não era constatado (WISLOFF ET AL,
2003). Colaborando com essa visão de que talvez outros mecanismos estejam
envolvidos, temos o fato que quando uma droga estimulante do ON é administrada
em ratos antes do mergulho, eles apresentam uma redução da quantidade de bolhas
em comparação a um mergulho sem a administração prévia da droga, da mesma forma
que acontece com a realização de exercício aeróbico pré-mergulho (WISLOFF ET
AL, 2004).
Considera-se que exista uma associação entre uma maior produção de
bolhas e o nível de condicionamento físico e de gordura corporal, tanto em seres
humanos como em animais (CARTURAN ET AL, 2002; WISLOFF ET AL, 2003). Porém os
autores do trabalho analisado (DUJIC ET AL, 2004) relataram não ter havido uma
relação entre esses fatores individuais e a formação das bolhas. Eles
creditaram este fato ao tamanho de amostra.
Dujic et al (2004) concluíram que uma única sessão de exercício
aeróbico pré-mergulho pode diminuir a formação de bolhas vasculares
pós-mergulho em seres humanos. Sendo possível considerar o exercício como um
procedimento não-farmacológico para a redução da ocorrência e do risco de DD
grave.
APRECIAÇÃO CRÍTICA
Mergulhos simulados e mergulhos reais
As respostas fisiológicas decorrentes da absorção e eliminação de
gases inertes durante a compressão e descompressão em seres humanos vêm sendo
estudada através de mergulhos simulados em câmaras hiperbáricas secas há
bastante tempo (BUHLMANN ET AL, 1967). Este desenho experimental já foi
utilizado para avaliar os efeitos da formação de bolhas sobre a mecânica
pulmonar (CATRON ET AL, 1986; DUJIC ET AL, 1993), para verificar os efeitos de
uma descompressão direta à superfície sobre a latência dos sintomas de DD e a
formação de bolhas (ECKENNHOFF & PARKER, 1984). Porém outros pesquisadores
(ECKENHOFF ET AL, 1990; CARTURAN ET AL, 2002) se preocuparam em utilizar a
imersão na água para avaliar os efeitos do condicionamento físico, do nível de
adiposidade (CARTURAN ET AL, 2002) e de outros fatores fisiológicos (ECKENHOFF
ET AL, 1990) sobre a formação das bolhas.
Parece que devemos considerar o fato de que em situações reais, os
mergulhadores ficam expostos à pelo menos uma condição distinta em relação à
câmara hiperbárica seca, a imersão. E, por vezes, há algumas condições
ambientais ou fisiológicas diferentes, como o frio e a diurese (CARTURAN ET AL,
2002). Quando da imersão do corpo humano
na água ocorre um aumento do volume sangüíneo central, ocasionado por um fluxo
de sangue dos membros inferiores e do abdômen (JOHANSEN ET AL, 1997; WATENPAUGH
ET AL, 2000). Esse tipo de redistribuição sangüínea poderia gerar um efeito
similar ao do exercício durante o mergulho, de aumentar o fluxo sangüíneo na
artéria pulmonar que por sua vez, pode ocorrer juntamente com um aumento no
volume de bolhas pré-mergulho (FLOOK, 1997).
A literatura relacionada com as agências certificadoras de
mergulhadores (LENIHAN, 1992; MOUNT, 1995; PADI, 1997; PALMER, 1997) costuma
considerar a desidratação um fator contribuinte importante para a ocorrência de
DD, devido à capacidade de transporte de gases inertes diminuída por causa de
uma redução na quantidade de sangue (PADI, 1997). Se considerarmos que a
imersão gera uma perda de líquidos devido ao aumento do fluxo urinário
(WATENPAUGH ET AL, 2000; McARDLE ET AL, 2003), que é acompanhado de uma redução
do volume sangüíneo e plasmático (HOPE ET AL, 2001), podemos aceitar a hipótese
de que a desidratação contribui para o surgimento de sintomas relacionados com
a descompressão. Desta forma, as investigações em câmaras hiperbáricas quando
comparadas com investigações com mergulhos reais podem gerar respostas
distintas devido às alterações relacionadas com a imersão.
Investigadores têm afirmado, que mesmo existindo diferenças
significativas entre a absorção e eliminação de nitrogênio (ou outro gás
inerte) em ambientes reais e câmaras hiperbáricas, a comparação dos resultados
pode ser considerada válida (COPE apud KROSS & BAKER, 2001).
Considerando as informações referidas anteriormente podemos dizer
que Dujic et al (2004) poderiam ter realizado um desenho experimental que
pudesse controlar a variáveis: imersão e ambiente seco. Como foi feito em um
estudo anterior, onde a quantidade de bolhas pós-mergulho foi avaliada em
câmara hiperbárica e mergulhos reais (SPENCER, 1976).
Utilização de misturas respiratórias enriquecidas de oxigênio
Misturas respiratórias com percentuais de oxigênio superiores a
21% (conteúdo do ar ambiente) vêm sendo utilizadas no mergulho desde 1878,
quando HENRY FLEUSS realizou um mergulho respirando uma mistura com cerca de
50% de oxigênio (McARDLE ET AL, 2003). A idéia por trás do aumento do conteúdo
de oxigênio de uma mistura respiratória é na realidade de diminuir o conteúdo
de nitrogênio e com isso gerar redução em potencial do risco de DD (JABLONSKY,
2001).
Enquanto um mergulhador permanece sob pressão, a quantidade de gás
inerte dissolvida nos seus tecidos aumenta. Durante a descompressão irá ocorrer
um estado de supersaturação, a pressão parcial do gás inerte se torna maior que
a pressão ambiente (HAMILTON & THALMANN, 2002). Para que o gás inerte seja
eliminado é necessário que um certo grau de supersaturação ocorra, porém quando
o grau de supersaturação é muito alto existe risco da formação de bolhas,
levando a um alto risco de DD (HENRIQUES, 1995). Assim, com a respiração de misturas
com percentuais de oxigênio superiores a 21%, ocorre uma redução da tensão
total de gás inerte nos tecidos e durante a subida o grau de supersaturação é
reduzido (HAMILTON & THALMANN, 2002), podendo ser considerada que exista
uma redução do risco de DD.
Em estudos com animais a utilização de oxigênio hiperbárico
(ARIELI ET AL, 2002) ou uma elevada pressão parcial de oxigênio inspirado
(REINERTSEN ET AL, 1998) gerou uma menor formação de bolhas após a
descompressão.
Além da possível redução das bolhas, o oxigênio também é utilizado
pelos mergulhadores como componente da mistura respiratória durante a
descompressão para aumentar o gradiente de pressão entre a gás alveolar e o
sangue, e desta forma acelerar a eliminação de nitrogênio e/ou hélio (CREA, 1992;
GENTILE, 1998).
A confirmação de que o método de descompressão que utiliza
oxigênio, em altas concentrações pode ser realmente eficiente, está na
realização de duas explorações em cavernas alagadas na Flórida (USA). Uma
ocorrida em 1987 (CHOWDHURY, 2001, p.112) e outra em 1998 (JABLONSKI, 1999),
que realizaram mergulhos com mais de 20 horas de duração, alcançando
profundidades de 90 metros e requerendo cerca de 15 horas de descompressão com
misturas enriquecidas com oxigênio (JABLONSKI, 1999). Durante as duas
explorações nenhum caso de DD foi relatado (CHOWDHURY, 2001, p.116).
Considerando todas as informações anteriormente citadas, seria
importante que o efeito de uma sessão de exercício aeróbico sobre a formação de
bolhas pós-mergulho fosse estudado em mergulhos com misturas respiratórias
enriquecidas com oxigênio, já que o trabalho de Dujic et al (2004) foi
realizado com os mergulhadores respirando ar comprimido (aprox. 21% oxigênio e
79% de nitrogênio).
Aclimatação ao mergulho
Quando nosso organismo é exposto a um ambiente diferente daquele
que ele está acostumado, surgem algumas alterações fisiológicas. Um conjunto
dessas alterações ou respostas pode ser chamado de aclimatação. O efeito da
altitude sobre a fisiologia do organismo humano tem sido bastante estudado.
Neste campo temos trabalhos que avaliaram as alterações na atividade simpática
(MAZZEO ET AL, 1998), estudaram a utilização de ácidos graxos em repouso na
altitude (ORBERTS ET AL, 1996), verificaram as alterações na FC máxima após um período
de exposição à altitude (GONZALEZ ET AL, 1998), assim como também a influência
do fato de morar na altitude e treinar em altitudes menores afeta o desempenho
de corredores ao nível do mar (LEVINE ET AL, 1997). No mergulho, estudos verificando as adaptações
a repetidas imersões ou exposições ao ambiente hiperbárico (HANNA & HONG,
1972; HUANG ET AL, 2003; SU ET AL, 2004; MONTCALM-SMITH ET AL, 2004) também já
foram realizados.
Quando um mergulhador é exposto por repetidos dias à imersão na
água, pode ocorrer uma adaptação ao frio e o tempo que ele consegue ficar
imerso sem tremores pode aumentar (HANNA & HONG, 1972). Assim como ocorrem
adaptações térmicas, também podem ocorrer adaptações devido à formação de
bolhas e/ou sintomas de DD. Um estudo demonstrou que a exposição de 30 minutos
por dia a profundidades que variaram entre 12 e 21 metros, por um período de 4
dias, pode reduzir a incidência de DD em ratos de 64% para 42% (MONTCALM-SMITH
ET AL, 2004). Estudos envolvendo ratos e coelhos demonstraram que a formação de
bolhas esta relacionada com o aumento de uma proteína ligada ao estresse
térmico, HSP70 (HUANG ET AL, 2003), nos pulmões e no coração (SU ET AL, 2004).
Mergulhos regulares por um período de 2 meses, podem levar a
alterações de agentes anti-inflamatórios e pró-inflamatórios (ERSSON ET AL,
2002). A exposição a ambientes hiperbáricos, de forma rotineira, gera um
aumento da IL-8 (substância ativadora dos leucócitos) e um decréscimo da SLPI
(uma protease que inibe a ação dos leucócitos), demonstrando uma influência do
mergulho sobre o sistema de defesa (ERSSON ET AL, 2002). Estas alterações podem
levar a efeitos de proteção, que por sua vez, podem estar relacionados a uma
aclimatação gerada pelo mergulho (SU ET AL, 2004).
No trabalho de Dujic et al (2004) os autores relatam que os
mergulhadores participantes tinham entre 90 e 8000 horas de mergulho, o que
pode ser considerada uma variação bastante grande na experiência e na
freqüência de mergulhos de cada um, levando em consideração a possibilidade de
uma adaptação à formação das bolhas, o que poderia reduzir o risco de DD.
Talvez um controle maior sobre a freqüência com que cada sujeito mergulha e
sobre as variáveis fisiológicas que controlam o estresse, como feito em outros
trabalhos (ERSSON ET AL, 2002; HUANG ET AL, 2003; SU ET AL, 2004), tivessem
sido importantes para controlar a variável aclimatação no estudo analisado
(DUJIC ET AL, 2004) nesta resenha.
Validade do exercício como fator de Proteção para DD
O tema exercício e a formação de bolhas vêm sendo estudados há
bastante tempo (HARRIS ET AL, 1945A; HARRIS ETAL, 1945B; WHITAKER ET AL, 1945),
e parecem apresentar algumas questões interessantes. Levando em consideração
essas questões discutiremos o exercício e sua influência sobre a formação de
bolhas, dividindo o assunto em dois grupos: 1) durante e após a descompressão e
2) antes da descompressão, já que o momento da realização pode diferenciar os
resultados (JANKOWSKI ET AL, 1997; WEBB ET AL, 2002; WISLOFF & BRUBAKK,
2001).
Validade do exercício como
fator de proteção durante e após a descompressão.
Um estudo envolvendo animais demonstrou que a atividade muscular
intensa após a descompressão favorece a formação de bolhas (HARRIS ET AL,
1945A). Já um trabalho recente, com seres humanos, mostrou que o exercício
moderado após a descompressão não induz a DD (WEBB ET AL, 2002). Além da
diferença de um trabalho ter envolvido animais (ratos e coelhos) e outro
envolvido seres humanos, devemos ressaltar que no trabalho de Harris et al
(1945A) o exercício foi simulado através de estimulação elétrica e os animais
estavam anestesiados. Enquanto que no trabalho de Webb et al (2002), foi
realizado exercício dinâmico em ciclo-ergômetro com intensidade de 50% do VO2máx.
No que diz respeito à realização de exercício durante a
descompressão, ele pode ocasionar uma maior formação de bolhas
pós-descompressão (WHITAKER ET AL, 1945) e que isto poderia ter como
responsável o Dióxido de Carbono, que devido a sua alta concentração quando
dissolvido poderia ser responsável pelo crescimento inicial das bolhas, que
mais tarde se expandiriam devido ao Nitrogênio. Contudo, levando em
consideração dados mais atuais (JANKOWSKI ET AL, 2004) podemos dizer que o
exercício moderado durante a descompressão reduz a formação de bolhas, mas não
diminui a incidência de DD (JANKOWSKI ET AL, 1997).
Analisando os trabalhos que mostram que o exercício, durante ou
após a descompressão, aumenta a formação de bolhas veremos que estes trabalhos
envolveram ações musculares máximas (HARRIS ET AL, 1945A e 1945B; WHITAKER ET
AL, 1945). Enquanto nos trabalhos, onde o exercício diminui a formação de
bolhas, a atividade realizada era moderada (JANKOWSKI ET AL, 1997; WEBB ET AL,
2002). Talvez esta menor intensidade do exercício não favoreça o aumento da
formação de bolhas, que pode ser ocasionada pelo crescimento inicial da bolha
gerado pelo Dióxido de Carbono (HARRIS ET AL, 1945A) ou pela agitação mecânica
no músculo (WHITAKER ET AL, 1945) que pode formar bolhas por cavitação (IMBERT,
1998).
Do ponto de vista prático, mesmo que o exercício durante a
descompressão gere uma redução na formação de bolhas e uma conseqüente redução
no risco de DD, talvez realizar atividades moderadas durante o mergulho cria-se
um problema logístico por aumentar o consumo da mistura respiratória. Dessa
forma, devido à limitada capacidade de armazenamento da mistura respiratória,
não seja possível completar o mergulho com o nível de atividade aumentado.
Validade do exercício e do treinamento como fator de proteção
antes da descompressão.
Quando falamos da influência do exercício realizado antes do
mergulho e/ou da descompressão sobre a formação de bolhas, os trabalhos
realizados com animais (WISLOFF & BRUBAKK, 2001; WISLOFF ET AL, 2003 e
2004) e o trabalho que esta sendo analisado (DUJIC ETAL, 2004) mostraram que
pode ocorrer uma redução na formação de bolhas. Contudo, analisando uma única
sessão de exercício aeróbico, esse efeito de proteção parece ser maior quando o
exercício é realizado cerca 20 horas antes do mergulho (WISSLOF & BRUBAKK,
2001; WISLOFF ET AL, 2004). Vamos olhar com mais atenção os resultados destes e
de outro trabalhos.
No trabalho de Wisslof & Brubakk (2001) os autores realizaram
quatro diferentes protocolos. No protocolo número I (P1) foram testados 14
ratos divididos em dois grupos, um realizou um programa de treinamento por 2
semanas e outro era composto de ratos sedentários. No protocolo número II (P2)
foram testados 14 ratos divididos em dois grupos, um realizou um programa de treinamento
por 6 semanas e outro grupo permaneceu sedentário. No protocolo número III (P3)
12 ratos foram divididos também em dois grupos, porém neste protocolo o grupo
que envolvia exercício não realizou um programa de treinamento e sim uma única
sessão de 1,5 horas de exercício aeróbico e como nos outros protocolos um
segundo grupo, de ratos sedentários, foi testado. Neste três primeiros grupos o
treinamento ou o exercício era realizado 20 horas antes do mergulho. Já no
protocolo número IV (P4), 12 ratos também foram agrupados como no P3, mas o
treinamento era realizado 48 horas antes do mergulho. Como resultado deste
trabalho temos que os P1, P2 e P3 mostraram uma significativa redução na
formação de bolhas e no aumento do tempo de sobrevivência dos ratos (P<0,03).
O P4 também apresentou uma diferença significativa (P<0,06), porém os
autores consideraram que este protocolo gerou uma ação de proteção menor do que
os outros.
Analisando os resultados do estudo de Wisloff et al (2004), onde
foram realizados cinco diferentes protocolos, veremos que os dados que
apresentaram diferenças estatísticas somente apareceram nos protocolos em que o
exercício era realizado 20 ou 48 horas antes do mergulho. Nos grupos onde o
exercício foi realizado 10 horas, 5 horas ou 30 minutos antes do mergulho tanto
a graduação de bolhas quanto o tempo de sobrevivência não foram diferentes
entre os ratos exercitados e os não exercitados. Dentro do protocolo que
apresentou as maiores diferenças estatísticas (exercício 20 horas antes do
mergulho) notamos que tanto a graduação de bolhas quanto o tempo de
sobrevivência do grupo de ratos exercitados foram diferentes (P<0,001)
do grupo sem exercício do mesmo protocolo e também dos grupos com e sem
exercício dos demais protocolos (P<0,001). Já no protocolo onde o
exercício foi realizado 48 horas antes, podemos ver que somente o tempo de
sobrevivência foi estatisticamente diferente (P<0,001) quando
comparado como grupo sem exercício do mesmo protocolo.
Considerando que os resultados mostrados anteriormente (WISSLOF
& BRUBAKK, 2001; WISLOFF ET AL, 2004) coincidem e a estes dados somarmos o
fato de que mergulhadores com um VO2máx inferior a 40 ml/kg/min,
quando comprados com mergulhadores que apresentam valores de VO2máx
superiores a 40 ml/kg/min, apresentam uma graduação média de bolhas maior
(CARTURAN ET AL, 2002), podemos dizer que tanto um programa de treinamento que
aumente o VO2máx (WISLOFF & BRUBAKK, 2001) como a realização de
sessões únicas de exercício aeróbico em períodos de 24 e 48 horas antes do
mergulho (WISSLOF ET AL, 2004; DUJIC ET AL, 2004) podem trazer algum tipo de
proteção contra DD.
Quanto ao exercício realizado antes do mergulho, porém em períodos
menores do que 24 horas, temos que sessões únicas de exercício aeróbico realizadas
10 horas, 5 horas ou 30 minutos não geram nenhum tipo de redução na formação de
bolhas (WISLOFF & BRUBAKK, 2001; WISLOFF ET AL, 2003 e 2004). Porém, um
trabalho com seres humanos, em que uma sessão de exercícios (flexão do joelho,
por 10 minutos, capaz de gerar um gasto calórico de 235 Kcal/hora) era
realizada 3 vezes em período de 2 horas antes da descompressão do nível do mar
para a altitude de 6700 metros (DERVAY ET AL, 2002), demonstrou um aumento na
formação de bolhas se comparada a uma descompressão que foi precedida de 2
horas de repouso, mas nenhum caso de DD foi relatado.
Estas informações quanto ao exercício imediatamente antes do
mergulho quando analisadas conjuntamente ao posicionamento de diferentes
autores-mergulhadores, com inúmeros anos de prática no ensino de mergulho e
exploração subaquática (LENIHAN, 1992; MOUNT, 1995; PALMER, 1997), de que o
exercício e/ou o esforço físico em algum momento antes ou durante o mergulho
pode ser considerado um fator contribuinte para a ocorrência de DD, nos leva a
uma abordagem cautelosa de evitarmos este tipo de prática nestas
circunstâncias. Pelo menos até que novos dados venham a surgir neste campo de
estudo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados apresentados no trabalho de Dujic et al (2004) mostraram
que o exercício, como método preventivo, pode apresentar um potencial para a
redução do risco de DD. Esta informação poderá servir como alavanca para o
desenvolvimento de uma metodologia para a prevenção de DD que envolva praticas
realizadas anteriormente ao mergulho.
Contudo em uma avaliação individual dos dados de cada um dos
sujeitos que participaram do trabalho de Dujic et al (2004), que aparecem na
TABELA 1 (ANEXO1), notaremos que o individuo número 1 e o individuo número 12
apresentaram uma mesma graduação de bolhas (graduação 3) após o mergulho
precedido de exercício e após o mergulho não precedido de exercício. Além
disso, o individuo número 1 mostrou um aumento do número médio de bolhas de
0,60 cm² para 0,80 cm².
Levando em consideração que uma graduação de bolhas 3 aumenta
significativamente o risco do DD (SAWATZY & NISHI, 1991 apud DIJUC
ET AL, 2004) e que na investigação de Spencer (1976) todos os indivíduos que ao
final dos mergulhos tinham graduação 3 ou maior de bolhas apresentaram dores e
sintomas cutâneos e necessitaram de tratamento, podemos considerar a
necessidade de que estudos com este desenho sejam repetidos com um número maior
de indivíduos.
Além do aumento no tamanho da amostra, parece que outros pontos
como a realização de mergulhos em condições reais, a avaliação dos efeitos de
um maior conteúdo de oxigênio na mistura respiratória e o controle das
variáveis fisiológicas relacionadas à aclimatação, também devam ser
considerados para que possamos elucidar a influência do exercício pré-mergulho
sobre a formação de bolhas vasculares e consequentemente sobre o risco de DD.
Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com
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