segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Whey Protein no Fantástico - Até mais importante do que as adulterações!

No domingo 25 de agosto, por uma série de fatores, não assisti televisão e mesmo se tivesse assistido com certeza o canal teria sido o Discovery Kids, pois lá em casa não tenho mais direito de escolher o canal. Quem decidi são as crianças!

Mas na segunda-feira, dia 25, todos os meus alunos comentaram sobre a reportagem que mostrou as adulterações em 14 marcar de Whey Protein. A reportagem pode ser lida aqui.


whey protein (Foto: rede globo)

Foram testadas 15 marcas e dessas 14 foram reprovadas. Os testes envolveram medir a quantidade minima obrigatória por lei de proteína, a quantidade de proteína real em relação a descrita no rótulo entre outros. 

Minha intenção com essa postagem não é escrever sobre o Whey Protein e sim comentar sobre uma afirmação que aparece na reportagem, afirmação essa que é dos mitos da nutrição. No link da reportagem vocês podem ler o seguinte parágrafo:

“O whey protein é um produto pra quem é praticante de atividade física de intensidade muito grande. Se você começar a utilizar grandes doses por períodos prolongados, isso é uma sobrecarga para o rim e para o fígado muito grande. Podendo gerar um problema no fígado e/ou um problema renal grave”, destaca a nutricionista.

Porém essa afirmação não pode ser considerada verdadeira quando se analisa a ciência baseada em evidências, vejamos porque!

Dietary protein intake and renal function

Resumo

As tendências recentes em dietas de perda de peso têm levado a um aumento substancial no consumo de proteínas. Como resultado, a segurança daqueles que habitualmente consomem uma maior quantidade de proteína dietética tem sido questionada. Em particular, há uma preocupação de que a ingestão elevada de proteína pode promover danos renais devido da pressão glomerular e hiperfiltração. Há, no entanto, uma pergunta séria sobre se há evidência significativa para apoiar esta relação em saudável indivíduos precisa ser respondida. De fato, alguns estudos sugerem que a hiperfiltração, o mecanismo suposto para o dano renal, é na verdade um mecanismo adaptativo normal que ocorre em resposta a diferentes condições fisiológicas. Este trabalho teve como objetivo revisar as evidências disponíveis sobre se o aumento da ingestão aumentada de proteínas na dieta é um problema de saúde em termos de iniciar ou promover a doença renal. Enquanto a restrição proteica pode ser apropriada para o tratamento de doença renal existente, não encontramos evidências significativas  para um efeito negativo de aportes de proteína dietética sobre a função renal em pessoas saudáveis ​​após mais de um século de dietas ocidentais ricas em proteínas.


The impact of protein intake on renal function decline in women norma renal function or mildrenal insuficient

Resumo

Em indivíduos com insuficiência renal moderada a grave, baixa ingestão de proteína pode retardar o declínio da função renal. No entanto, o impacto a longo prazo da ingestão de proteína sobre a função renal em pessoas com função renal normal ou insuficiência renal leve é desconhecida. Para determinar se a ingestão de proteína influencia a taxa de alteração da função renal 1.624 mulheres inscritas no Estudo de Saúde das Enfermeiras, que tinham de 42 a 68 anos de idade. A ingestão de proteína foi medida entre 1990 e 1994 por meio de um questionário semi-quantitativo de freqüência alimentar. A ingestão elevada de proteína não foi associada com o declínio da função renal em mulheres com função renal normal. No entanto, o consumo elevado de proteína total pode acelerar o declínio da função renal em mulheres com insuficiência renal ligeira.

Protein-enriched meal replacements do not adversely affect liver, kidney or bone density: an outpatient randomized controlled trial

Resumo

Existe a preocupação de que a utilização de refeições enriquecidas com proteína como parte de um programa de redução de peso possa levar a alterações na função hepática ou renal e também possa gerar reduções da densidade mineral óssea. Para avaliar o efeito de uma maior ingestão de proteínas sobre a função renal 100 homens e mulheres obesas com mais de 30 anos de idade e com um índice de massa corporal (IMC) entre 27 a 40 foram randomizados em dois diferentes planos de refeições para perda de peso, um grupo com a ingestão de 2,2 g proteína/kg de massa corporal magra e outro ingeriu 1,1 g de proteína/kg de massa corporal magra. Estudo teve duração de 12 semanas. Os resultados demonstram que as refeições enriquecidas com proteínas  em relação as refeições recomendadas para perda de peso não tem efeitos adversos sobre as medidas de rotina da função do fígado, função renal ou a densidade óssea.

As informações fornecidas pela ciência baseada em evidência não sustentam a afirmação de que uma ingestão elevada de proteínas possa estar relacionadas com danos na função renal em pessoas saudáveis, mesmo que essa ingestão seja de até o dobro [2 g/kg de peso] das recomendações nutricionais diárias de proteína [1 g/kg].

Aproveito para sugerir que com essas adulterações nos produtos vendidos [whey protein] que vocês ingiram proteínas através do consumo de alimentos de origem animal, principalmente carne, seja de frango, peixe, porco ou gado, pois afinal de contas isso é comida de verdade.

Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com



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