quinta-feira, 29 de maio de 2014

Pilates e Dores Lombares

Nessa postagem vou mostrar um trabalho publicado este ano que fornece informações relevantes para uma das ferramentas que utilizo para o desenvolvimento de programas de treinamento para os meus alunos, o Pilates [mais informações clique aqui].

O Pilates é uma atividade que utiliza exercícios com o peso corporal, acessórios e aparelhos específicos.

Considera-se que esta atividade possui uma grande capacidade de estimular as musculaturas responsáveis pela estabilização do tronco e como a falta de força isométrica da musculatura lombar é um dos maiores fatores de risco para dores lombares sem causa específica o Pilates pode ser uma atividade importante no tratamento e prevenção de desse tipo de dor.


Participaram do trabalho 17 mulheres com média de 29 anos [1,60m , 52kg e IMC de 19 kg/m²].

O estudo avaliou o grau de ativação de quatro grupos de músculos da região posterior do tronco e membros inferiores. Os músculos estudados foram: 

Glúteo Máximo [GM]
Multifídeos [MF]
Grande Dorsal [GD]
Semitendinoso [SM]

Foram utilizados três exercícios de Pilates, foram eles: Double Leg Kick [DLK]; Swiminng [SW] e Leg Beat [LB]. Todos eles realizados na posição deitada pronada [de barriga para baixo].

Os resultados foram interessantes.
  • Os três exercícios são capazes de estimular as musculaturas avaliadas, porém com algumas diferenças.
  • O exercício que mais ativou a musculatura do GD foi o SW.
  • Os MF foram mais ativados com os exercícios SW e LB do que com o DLK.
  • Já o GM teve sua maior ativação nos exercícios SW e LB.
  • O exercício LB foi o que mais estimulou os músculos SM.

Estes resultados sustentam a hipótese de que os exercícios de Pilates são uma efetiva escolha para o treinamento das musculaturas envolvidas na estabilização da região lombar e dessa forma pode ser utilizado com tratamento e prevenção das dores na região lombar sem causa específica. Mostraram também que os exercícios SW e LB são os que mais exigem da musculaturas envolvidas, sendo a estimulação do exercício DLK menor. Porém, esse exercício não deve ser desconsiderado como uma opção de utilização, principalmente com alunos iniciantes ou com menor grau de força.

Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Fantástico! Informação Equivocada!

No site da Rede Globo de televisão vocês podem encontrar uma reportagem [link] sobre uma matéria que foi ao ar no programa Fantástico de 25/5/14. A matéria fala sobre dois irmãos gêmeos que fizeram uma experiência, onde um comeu durante um período uma dieta rica em gorduras e pobre em carboidratos [low carb] e outro uma dieta rica em carboidratos e pobre em gorduras [low fat].

Essa matéria apareceu primeiro na BBC [link] no inicio deste ano. O médico Sueco Andreas Eenfeldt em 31 de janeiro postou em seu site uma matéria [link] em que faz uma série de comentários sobre esse experimento. Hilton de Souza do blog Paleo Diário fez uma tradução deste artigo [link] e agora coloco para vocês lerem. 



Açúcar x Gordura na BBC: Qual é o pior?

Artigo traduzido por Hilton Sousa.

Açúcar ou gordura, qual é o pior? Essa é a questão no documentário da BBC "Açúcar x Gordura", que foi ao ar outro dia. E fazia muito tempo que eu não recebia tantos emails pedindo comentários!

É uma configuração interessante. Dois gêmeos idênticos - ambos médicos - entram numa dieta por um mês. Um, em uma dieta extremamente pobre em gorduras, outro numa dieta extremamente pobre em carboidratos (nem verduras são permitidas!).
Infelizmente, eles acabam basicamente "confirmando" as suas idéias preconcebidas. Pronto? Aqui vai o resumo da história:

Resultado
Obviamente, quando só há uma pessoa em cada braço da dieta, o acaso tem um papel enorme. Mas eu acho que os resultados foram mais ou menos o que poderia ser esperado. Minhas objeções são mais voltadas às explicações ignorantes (ou dramatizadas para a TV).

Peso
As primeiras coisas, primeiro. Ainda que ambos irmãos estivessem razoavelmente em forma ao iniciar, o irmão low-carb perdeu mais peso: 4kg, versus apenas 1kg do irmão low-fat.
Como estudo após estudo mostra uma maior perda de peso numa dieta low-carb, isso não deveria ser surpresa. A perda de gordura foi de 1.5kg no low-carb (um bom resultado em 1 mês) e 0.5kg no low-fat. A maior parte do resto da perda foi provavelmente água. Em uma dieta low-carb muito estrita, você perde rapidamente 1 ou 2kg em glicogênio e água.

Quanto de massa muscular os participantes perderam (se é que perderam) é impossível saber, visto que o BodPod (N.T.: o aparelho usado para a medição) só mede a massa de gordura versus a massa não-gordura (incluindo água).

Função cerebral
Para testar a função cererbral dos irmãos, os produtores escolheram fazê-los comprar e vender ações com dinheiro de mentira.
Isso mostra que o produtor é ignorante ou está apenas interessado num show dramático. Por quê? Porque negociação de ações a curto-prazo - sem informação privilegiada ou outros truques ilegais - é um jogo de azar simplesmente. Já foi convincentemente mostrado que um macaco treinado tem 50% de chance de ganhar de um operador de ações com educação formal. Por quê? Porque é aleatório.
Em outras palavras, o teste é um lixo, mas o irmão low-fat venceu (qualquer um dos dois tinha 50% de chance de ter vencido).

Mais interessante e relevante é que o irmão low-carb reclama de se sentir "com a cabeça pesada". Eu tenho certeza de que ele foi honesto. Entrar numa dieta extremamente low-carb - sem nem verduras - pode resultar sim em problemas de concentração, etc, por uma semana ou mais, antes que o corpo e o cérebro se adaptem a queimar gordura e corpos cetônicos.
Esse problema pode ser parcialmente resolvido aumentando a ingesta de fluidos e sal. E depois de uma ou duas semanas, normalmente ele passa. (Nota do tradutor - 90% desse blog foi escrito com menos de 50g de carbs por dia - julgue se isso prejudiou a minha função cerebral).

Exercício
Para testar a capacidade deles se exercitarem, os irmãos fazem "longas sessões de bicicleta morro acima". O irmão low-carb previsivelmente perde feio.
Por quê? Duas coisas: o corpo precisa de semanas ou às vezes meses para se adaptar a exercício de alta intensidade, usando majoritariamente gordura e corpos cetônicos. E mesmo assim você ainda pode precisar de carboidratos para esportes explosivos e anaeróbicos como esse.
Eu entrevistei o Dr. Peter Attia, que corre com sua bicicleta tranquilamente por horas, em uma dieta muito pobre em carboidratos. Mesmo ele usa um pouco de amido de liberação lenta para maximizar a performance de suas longas sessões de treinamento:

Diabetes
Finalmente, a cereja no bolo (da diabetes). O doutor afirma que o irmão low-carb tornou-se "quase" pré-diabético comendo low-carb! A palavra "quase" deveria ser na prática interpretada como "não". Eu me pergunto se o doutor conhece a base sobre low-carb e diabetes. De fato, me pergunto quanto ele conhece de diabetes.
O irmão low-carb tem uma glicose de 5.1 antes da dieta (normal) e uma glicose de 5.9 depois da dieta (normal). Você percebeu a palavra "normal" duas vezes ? Sim, é isso mesmo - um glicose em jejum de até 6.0mmo/L é considerada normal, ao menos na Suécia (nota do tradutor: a unidade de medida utilizada na Europa é diferente da nossa - percisa multiplicar por 18). Ela também varia significativamente de um dia para o outro. Se testássemos a glicose em jejum do próprio médico, ela poderia ser 5.9 hoje e 5.1 amanhã.

O resultado poderia ser devido ao acaso, mas a glicose em jejum às vezes fica levemente mais alta numa dieta LCHF (leia http://lowcarb-paleo.blogspot.com/2013/09/por-que-glicemia-de-jejum-pode-aumentar.html) , enquanto os níveis de glicose durante o dia (após as refeições) é muito menor. Isso é provavelmente porque o corpo está adaptado a queimar gordura e então a necessidade de queimar glicose em jejum é mais baixa. Então você não tem a mesma "queda" nos níveis de açúcar, quando em jejum.

Eles também fizeram testes de tolerância à glicose - um teste muito mais relevante. Mas o resultado do irmão low-carb nunca é mencionado. Eu acho que estava normal.

O fato de que a diabetes é efetivamente tratada com uma dieta low-carb deveria nos dizer tudo o que precisamos saber. Você não desenvolve diabetes tipo 2 ao comer uma dieta que pode curar a diabetes. E você certamente não desenvolve diabetes tipo 2 (fortemente correlacionada à obesidade) perdendo 4kg de peso excessivo em 1 mês.

RESUMO
O documentário conclui que não é sobre gordura ou açúcar, e sim sobre evitar comidas processadas com ambos, açúcar e gordura, nela. Eu tenho certeza que essa estratégia funcionaria bem para esses dois irmãos razoavelmente em forma. É um excelente início. Mas não é suficiente para todo mundo.

Em pessoas com obesidade e diabetes, estudos convincentemente mostram que dietas low-carb são mais efetivas.

Finalmente, enquanto uma dieta low-carb super estrita não é necessária para todo mundo e tem possíveis efeitos colaterais (especialmente durante as semanas iniciais), ela certamente não resulta em diabetes. Isso é simplesmente ignorância.


Acima temos as explicações para os resultados desse experimento. 

Outra questão importante é que um relato de caso, que é o que foi feito nessa reportagem, é uma das formas de menor confiabilidade científica. O Dr. José Carlo Souto no dia anterior [24/5] colocou em seu blog [www.lowcarb-paleo.blogpsot.com.br] um texto onde ele explicou como esse tipo de informação não pode ser considerada no campo da saúde. Sugiro que todos leiam esse texto [link].

O Dr. José Carlos Brasil Peixoto do blog Lipofobia [www.lipidofobia.blogpsot.com.br] nos fez o favor de colocar a tradução de um texto da médica Zoe Harcombe [link] e o fez logo após o programa. Abaixo coloco a porção final do texto traduzido.

O viés

A BBC deveria ser equilibrada. E Zoë diz este programa não foi equilibrado e o preconceito contra a gordura está tão arraigado que a BBC não pode nem mesmo ter percebido isso .

No teste da corretora o experimento foi presidida pela Professora Robin Kanarek com suas opiniões muito claras - "a glicose é o melhor combustível para o cérebro” ; “a memória será significativamente comprometida , sem carboidratos suficientes na dieta"; "uma dieta de alta irá facilitar a memória" e assim por diante. Zoë lembra outro especialista, Dr. Emily Deans: ”Cetose para o corpo significa queima de gordura (ótimo!). Para o cérebro, isso significa um risco menor de apreensão e um ambiente melhor para a recuperação e reparação do neurônio" Zöe pergunta porque não estavam tanto Kanarek e Dean para proporcionar um equilíbrio?

O experimento corporal (ciclismo) experimento foi presidido por Nigel Mitchell da Team Sky de ciclismo. Ele favorece o mingau no café da manhã e afirma que "o seu corpo precisa de açúcar. Ele precisa dos carboidratos ". Por que não equilibrar o treino com um Peter Brukner, o vencedor treinador low carb com alto teor de gordura ou o treinador glúten-free do tenista Djokovic?

O programa parece que ficou preso a preconceitos estabelecidos na cabeça da maior parte das pessoas e não tinha como objetivos questioná-los. De acordo com a avaliação de Zoë, a BBC/Horizon cometeu alguns deslizes na produção. Embora tenha deixado claro, pelo menos para a audiência fora do Brasil, que o problema é comer comida processada artificial, deixou um rasto de preconceito contra a dieta low carb/paleolítica, que é antes de mais nada uma alimentação baseada em comida de verdade. 

A experiência clínica com pessoas que ficam continuamente com esse tipo de alimentação mostram melhores resultados laboratoriais. 

A apresentação do Fantástico não pareceu ter uma proposta reveladora. Pareceu querer amedrontar.

As informações descritas comprovam o grande erro cometido pela Rede Globo/Fantástico ao vincular uma matéria que será tomada como verdade pela população em geral e que pelo contrário somente reforçou o maior equívoco científico do século XX, a gordura natural dos alimentos é ruim para saúde.

Abaixo coloco links de textos que falam sobre esse tema:


Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com

terça-feira, 20 de maio de 2014

Exercício e Câncer de Mama



O Câncer de Mama é o segundo tipo de câncer com maior incidência no mundo.




No Brasil a incidência é de 64,5 casos para cada 1000 mulheres [64,5/1000] na região Sudeste, 64,3/1000 na região Sul, 37,7/1000 na região centro-oeste, 30,1/1000 na região nordeste e 16,6/1000 na região norte.

Na grande maioria dos casos o tratamento envolve quimioterapia, onde além de uma série de efeitos colaterais, também temos um aumento da fadiga.

O trabalho [abaixo] mostrou uma alteração positiva do exercício considerando a fadiga relacionada com a quimioterapia e a capacidade funcional mensurada através de um teste de 12 minutos de caminhada.


Exercise reduces daily fatigue in women with breast cancer receiving chemotherapy


O estudo teve o objetivo examinar a relação entre o exercício e a fadiga ao longo dos três primeiros ciclos de quimioterapia para câncer de mama.

Foram analisadas 72 mulheres recém-diagnosticados com câncer de mama, estas foram instruídas a praticar exercício de caminhada com intensidade moderada. As medidas de capacidade funcional e fadiga foram realizadas no início e no final do estudo

Essas mulheres foram divididas em 2 grupos, o grupo que praticou exercícios [GrEx] e o grupo controle [GrCr] que não fez exercícios.

As sessões de caminhada variam entre 15-30 minutos por sessão e 3-4 sessões por semana. Foi recomendado que máxima utilizada durante as sessões de exercícios não 
agrava-se os sintomas como dor ou fadiga.

A capacidade funcional do GrEx, que foi medida através de um teste de caminhada de 12 minutos, aumentou em 15%. O GrCr teve o resultado desse teste reduzido ao final do estudo.

A tabela 1 mostra os níveis de fadiga e compara os níveis de fadiga nos dias em que o exercícios era realizado e nos dias sem exercício. Os dados demonstram uma redução nos diferentes tipo de fadiga. 


O tempo de exercício realizado foi positivamente relacionado com uma diminuição dos níveis de fadiga, quanto mais tempo de exercício era realizado menor era a sensação de fadiga. A única exceção foi a fadiga atual [fatigue now] que aumentava quando as sessões eram maiores do que 60 minutos.


Ao final do estudo os autores concluíram que o impacto do exercício sobre a redução da fadiga foi significativa e sugere a eficácia de um programa regular de exercícios de baixa a moderada intensidade na manutenção da capacidade funcional e reduzindo a fadiga em mulheres com câncer de mama e submetidas a quimioterapia.

Assim, temos mais um ponto positivo para o exercício!

Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Alguns Fatos da História

Quando eu estava no colégio, as minhas professoras de História diziam que é necessário conhecer o passado para compreender o presente e planejar o futuro. Parece que os profissionais da saúde que recomendam dietas rocas em carboidratos e com pouca gordura não fizeram isso.

Hoje posto uma tradução de um texto que encontrei em aqui que descreve fatos "históricos" bastante importantes para entender as Recomendações Dietéticas atuais.

Então, ai vai!!!

1825 - O advogado e glutão francês Brillant-Savarin publica "A Fisiologia do Gosto", no qual ele diz ter identificado a cura para a obesidade: "Mais ou menos rígida abstinência de tudo o que é amido ou farináceo". 

1830 - O consumo de açúcar em os EUA era de 6,8 kg por habitante [per capita], hoje é 68 kg por pessoa. Em grande parte devido a uma substância usada na industria alimentícia chamada de Xarope de Milho de Alta Frutoses [(High Frucvtose Corn Syrup - HFCS].

1863 -  William Banting publicou "Letter Em Corpulence", livro dirigido ao público. Banting perdeu 85 libras através de uma dieta de restrição de carboidratos. O British Medical Journal e The Lancet relatram que a dieta de Banting poderia ser perigosa: "Aconselhamos o Sr. Banting a não se intrometer com a literatura médica de novo, mas se contentar em cuidar da vida dele".

1880-1910 - A população dos EUA dobrou 37 para 75 milhões. Uma em cada três pessoas viviam em áreas rurais e consumiam produtos produzidos nessas áreas. A população dos EUA hoje é de 300 milhões e cerca de somente 1 por cento vivem em áreas rurais.

1906 - O romance "The Jungle' expõem as condições insalubres e desumanas em matadouros na área de Chicago e as vendas de carne caem cerca 50 por cento. Levou anos para que esse setor se recupera-se. Como acontece hoje, a carne de mais alta qualidade era em fazendas onde o gado era criado a pasto.

1910 - O risco de diabetes tipo II era de 1:30. O risco hoje é de 1:3 de acordo com o Centro de  Controle de Doenças de Atlanta [CDC].

          - O consumo anual de manteiga era de 8,2 kg por pessoa. No ano de 2000 o consumo de manteiga foi foi reduzido para de 4 kg. Quando estávamos usando manteiga de alta qualidade, a mortalidade por doença cardíaca era inferior a 10 por cento. Hoje, como de margarina, a mortalidade por doença cardíaca é de 40 a 45 por cento. Tanto o Dr. Andrew Weil e o falecido Dr. Robert C. Atkins concordam: "Coma manteiga, não margarina, independentemente das alegações dos fabricantes!"

         -  A banha, originada na gordura animal fundida a partir de suínos criados ao ar livre, era a gordura n º 1 cozinha, desfrutando de 70 por cento do mercado. Era a melhor fonte de vitamina D e uma boa fonte de ácido palmitoléico, um ácido gordo anti-microbiano monoinsaturado que mata as bactérias e vírus. Hoje os óleos extraídos de sementes [como de soja] altamente processados ​​tem 70 por cento do mercado e zero a vitamina D. Agora, os mesmos especialistas que nos disseram para não comer banha estão nos dizendo que somos deficientes em vitamina D!

1911 - Proctor & Gamble introduzir Crisco, um tipo de gordura vegetal hidrogenada. P & G comprou a patente para a hidrogenação de gordura vegetal a partir de uma empresa  Inglesa que descobriu essa processo durante a tentativa fazer velas a aprtir gordura artificialmente endurecida. Quando eletrificação rural dizimou o mercado de velas, a P & G salvou o dia, fornecendo ao mundo o Crisco, uma alternativa barata para banha. Crisco contou com uma vida útil muito mais longa e, ao longo das décadas, deu americanos centenas de milhões de quilos de ácidos graxos trans.

1918 - O eletrocardiograma foi introduzido na cardiologia. O consumo de açúcar em 1920 nos EUA chega a 100 quilos por habitante.
      
1921- O hormônio insulina é descoberto. 

1924 - Quatro cardiologistas fundam o American Heart Association [AHA]. 
      
1930 - O consumo de margarina atinge cerca de 1 kg por pessoa. 

1934 - O exame de sangue para o colesterol é desenvolvido.
      
1937 - Os bioquímicos da Universidade de Columbia, David Rittenberg e Rudolph Schoenheimer, demonstram que o colesterol da dieta tem muito pouco efeito sobre o colesterol no sangue. Embora nunca tenha sido refutada, por trinta anos, as Orientações Dietéticas Federais nos EUA recomendam que a ingestão de colesterol na dieta seja menor do que 300 miligramas por dia. 

1945 - American Heart Association recebe um total de U$ 100.000 em doações.

1948 - Consumo de gordura vegetal é de 12,7 kg por pessoa e em 1976 atinge 25 kg. Isso acontece juntamente com o fato de a obesidade e diabetes se tornarem um problema de saúde pública e um aumento consumo de gordura vegetal altamente processada e uma redução do consumo de gordura de animais. 

          Lei Nacional do Coração criou o Instituto Nacional do Coração [National Heart Institue] e o Conselho Nacional do Coração [National Heart Council] nos EUA.

          American Heart Association "torna-se" uma organização voluntária, contrata um ex-vendedor de bíblia [Mr. Betts] e uma agência de relações públicas para a captação de recursos.

1949 - American Heart Association levanta 3 milhões de dólares.

          - O termo Arteriosclerose é adicionado à Classificação Internacional de Doenças [CID], provocando um forte aumento no número de mortes relatadas por doenças do coração. Surge uma aparente epidemia de doenças cardíacas.

          - O leite pasteurizado torna-se obrigatório. Durante a Segunda Guerra Mundial, leite contaminado produzido por trabalhadores inexperientes [substitutos dos funcionários que foram para a Guerra] são relacionados com a morte de inúmeras pessoas. O governo culpou o leite cru, não os problemas gerados pelo deslocamento dos funcionários experientes para a guerra]. A pasteurização mata as enzimas que torna mais fácil para absorver as proteínas do leite e destrói muitos outros nutrientes essenciais, incluindo a vitamina B-12.

1950 - Usando uma recém-inventado tipo de centrífuga, na Universidade da Califórnia o cientista médico John Gofman, descobriu várias substâncias parecidas com gordura circulando no sangue, incluindo LDL e VLDL . Nos último 60 anos a ciência relatou que o colesterol total "pobre preditor" de doença cardíaca.

1951- Ancel Keys, professor da Universidade de Minnesota, assiste uma conferência em Roma sobre nutrição e doenças, descobre que a doença cardíaca é rara em algumas populações do Mediterrâneo que consumiram uma dieta pobre em gordura. Ele observou , também, que os japoneses tinham dietas de baixa gordura e baixas taxas de doenças do coração. Ele levanta a hipótese de que a gordura era a causa de doença cardíaca.

         - É publicado o livro Prática de Endocrinologia, escrito por sete médicos britânicos de destaque, onde recomendações de perda de peso são quase idênticas as de Banting. Pão e tudo feito com farinha; cereais, incluindo cereais matinais e pudins de leite; batatas e todos os outros vegetais de raiz; alimentos que contenham açúcar e todos os doces devem ser evitados.
      
1953 - Ancel Keys, convencido de que a gordura na dieta é a causa de doença cardíaca, publicou seu trabalho que analisa is paises. os resultados sugerem uma associação entre a gordura e mortalidade por doença cardíaca dietética. Os críticos apontaram que Keys tinha dados de 22 países, mas os dados selecionados foram somente de apenas 6. Keys excluiu  a França, um país com uma dieta rica em gordura e baixas taxas de doenças do coração.

1955 - O presidente americano, Eisenhower, sofre seu primeiro ataque cardíaco aos 64 anos. Lhe foi presctita uma dieta de baixo teor de gordura e colesterol. Durante as seis semanas seguintes notícias sobre o estado de presidente eram vinculadas duas ou mais vezes por dia. Seu colesterol total no momento do ataque era de 165 ml/dl. Eisenhower foi condenado a comer torradas e pão no café da manhã e comer apenas um ovo por semana. Seu colesterol continuou a subir, mesmo com a dieta de baixo teor de gordura e colesterol até atingir 259 ml/dl no dia em que deixou o cargo. Eisenhower teve vários ataques cardíacos e acabou por morrer de doença cardíaca.

          - John Gofman relata que os carboidratos podem elevar VLDL [lipoproteína que transporta gorduras no sangue] que são produzidas no fígado a partir de excesso de carboidratos. Gofman escreveu: "A restrição de carboidratos diminui o VLDL." Carboidratos em excesso levam a triglicerídeos elevados [mais VLDL] e aumento do risco de doença cardíaca. John Peters , Yale School of Medicine, usando uma nova centrífuga analítica , foi capaz de quantificar a concentração de triglicerídeos no VLDL, confirmando o trabalho de Gofman .
      
1956 - American Heart Association [AHA ]realiza uma festa beneficente TV em todas as três redes exortando os americanos a reduzir o consumo de gordura total , gordura saturada e colesterol. AHA recomendava margarina " coração saudável " , óleo de milho , cereais matinais, e leite desnatado - a mesma dieta Eisenhower foi infeliz lidar com .
      
1956 - John Gofman relata que a maioria das pessoas com doença cardíaca tinham níveis elevados de triglicerídeos, redução deHDL e não "colesterol alto". A pesquisa [Carbohydrates Induced Lipemia] de Gofman  que mostrou a influência dos carboidratos na  doença cardíaca largamente ignorada.

1957 - Hilde Bruch, a principal autoridade sobre obesidade infantil, escreveu: "O grande progesso no controle dietético da obesidade foi o reconhecimento de que a carne não estava produzindo gordura, mas que são o pão e os doces que levam à obesidade." 
      
          - As vendas de margarina superam a venda de manteiga pela primeira vez. O consumo per capita de margarina tinha crescido até 9 quilos. Durante décadas, a margarina tem sido uma importante fonte de gorduras trans em nossas dietas. Enquanto a manteiga é uma boa fonte de vitamina A que combate infecção, a margarina não apresenta nenhum tipo de vantagem. Margarina, gordura vegetal de cozinha e óleos vegetais contêm excesso de ômega 6 [ácido linoléico]. Se há ruim para a saúde é excesso de omega 6, pois ele leva a lesões e inflamação dos tecidos do corpo. 
    
1960 - Exame de sangue para a insulina desenvolvida.

          - Jack La Lanne se torna o guru de fitness da América. Enquanto a receita da indústria de fitness nos EUA é de 200 milhões de dólares e a obesidade não era um problema de saúde pública.
     
1961-  American Heart Association levantou 35 milhões dólares de dólares e oficialmente adota dieta de baixa gordura 

          - Ancel Keys se torna membro  do conselho do AHA e aparece na capa da Time Magazine. 

         - A mídia passa a repercutir o mantra da dieta de baixo teor de gordura.
      
         - O Estudo de Framingham Heart Study, usando dados de 5 anos divulga que Homens com menos de 50 com colesterol elevado têm maior risco de doença cardíaca. No entanto, este grupo de homens vulneráveis ​​meia-idade também foram mais propensos a fumar, estar acima do peso , e não se exercitar. Estes se tornaram os  famosos fatores de risco de em Framingham e colesterol elevado estava no topo da lista. Além disso, esses homens tiveram açúcar elevado no sangue, uma associação totalmente esquecida ou ingorada. estas foram as associações - e não causa e efeito. Na cidade Framingham, uma vez homens chegavam aos 50 anos [a idade em que o risco de ataques do coração] as doenças cardíacas não apresentavam associação com o colesterol elevado. Este último achado foi recebido com silêncio de tirar o fôlego de cardiologia dos EUA.

           - Pete Ahrens da Universidade Rockefeller e Margaret Albrink de Yale informam que triglicérides elevados foram associados com risco aumentado de doença cardíaca e que dietas com baixo teor de gordura e ricas em carboidratos elevam os triglicerídeos. Assim, Carboidratos e não gordura, aumentam o risco de doença cardíaca.

1966 - Jeremias Stamler , professor da Universidade de Northwestern, AHA membro do conselho e um defensor da teoria de Ancel Keys , promove a mudança para gorduras vegetais em seu livro de auto-ajuda, "Seu Coração Tem Nove Vidas', que curiosamente foi  financiado pelos fabricantes do óleo de milho Mazola  e da margarina Fleissmann.
      
1967 - O Journal of the American Medical Association publica do trabalho de Peter Kuo, da Universidade da Pensilvânia, onde ele demonstrou que 90% de 286 pacientes com aterosclerose  tinham tinham os triglicerídeos elevados. Esta e todas as outras pesquisas que desafia o "Evangelho segundo Keys" tem sido ignoradas e fortemente desconsideradas.
      
1970 -  As diretrizes anti-gordura do American Heart Association agora englobam crianças e mulheres grávidas. Como conseqüência direta, o programa WIC do governo federal [assistência alimentar a mulheres com filhos pequenos] somente permite leite desnatado ou leite de baixo teor de gordura para crianças acima de 2 anos de idade 

           - Margaret Albrink, Peter Kuo, Lars Carlson e Joseph Goldstein relataram que níveis elevados de triglicerídeos foram mais comuns em pacientes com doença cardíaca do que o colesterol. Eles confirmaram que a maioria das pessoas com doença cardíaca têm o que Gofman chamou de  "Carbohydrates Induced Lipemia".
      
1971-  Best-seller  anti-carne "Dieta para um pequeno planeta" é publicado. O argumento de Francis Moore Lappe para o vegetarianismo é que essa é a maneira de alimentar o mundo dos pobres. Durante os anos 1970 pós Vietnã, foi sugerido que os americanos se sentem culpados por ter uma abundância de bons alimentos saudáveis ​​para comer.

1972 - Dr. Robert C. Atkins publica o livro "Diet Revolution", onde defende uma dieta rica em gordura para a perda de peso. Atkins vende um milhão de cópias em 6 meses. Atkins leu pela primeira vez sobre o valor de uma dieta rica em gordura para a perda de peso em um artigo de autoria do Dr. Alfred Pennington no Journal of the American Medical Association. 

1973 - American Medical Association ataca Dr. Atkins chamando seu dieta de alto teor de gordura de "fraude perigosa'. Atkins se defende perante uma comissão do Congresso.
      
1974 - Framingham Heart Study, com dados 24 anos, divulgas que os homens com os níveis de colesterol abaixo de 190 mg/dl eram três vezes mais propensos a ter câncer de cólon do que os homens com colesterol mais de 220 mg/dl. Na cidade de Framingham houve uma forte associação entre o baixo colesterol e morte prematura. Além disso, não houve relação entre colesterol elevado e morte súbita.

1976 - FDA dá o status de "reconhecido como seguro" para  óleo de soja hidrogenado, apesar bioquímico lipídico Mary Enig [PhD] ter advertido o governo de que entre seus muitos perigos as gorduras trans interfeririam nos receptores de insulina nas membranas celulares e, assim, aumentam o risco de diabetes. Em 2005 o Dietary Guidelines finalmente [mas de forma tímida] advertiu os americanos para "limitar os ácidos graxos trans" e o suniu com a gordura saturada em uma nova categoria sem sentido chamada de "Bad Fat".

1976 - Nathan Pritikin abre seu primeiro "low fat" Longevity Center. Um participante é o rechonchudo senador dos EUA, George McGovern. Embora tenha saido do programa de Pritikin, estava convencido de que a gordura nos faz engordar e é responsável por "doenças mortais" como o câncer e doenças cardíacas. Nathan Pritikin cometeu suicídio anos mais tarde, quando sua dieta de baixa gordura não conseguiu protegê-lo de leucemia.

1976 - O comitê legislativo para Nutrição e Necessidades Humanas, liderado pelo  senador George McGovern conduz dois dias de audiências sobre " Dieta e Doenças Assassinas". Os participantes eram advogados e ex- jornalistas sem formação científica. No livro God Calories Bad Calories, Gary Taubes relata que McGovern e sua equipe foram para as audiências cm uma forte tendencia em favor da hipótese de Ancel Keys.

1977 - Após a realização de seis audiências adicionais, o comitê de McGovern emite a versão final de "Dietary Guidelines for Americans". Onde pela primeira vez, uma agência do governo federal dos EUA diz ao povo para comer menos gordura. Nick Mottern, um vegetariano, cujos heróis incluíam Ancel Keys e Jeremias Stamler, foi o responsável pela tarefa de escrever as primeiras metas dietéticas para os Estados Unidos.

        - Em Washington, após as orientações terem sido liberadas os cientistas no governo estavam quase horrorizado com o que político havia feito!

1978 -    O Xarope de Milho de Alta Frutose HFCS] entra no mercado dos adoçante. Em 1985, 50 por cento do adoçante consumido pelos americanos era HFCS. Em combinação o HFCS e o açúcar branco criam um engarrafamento metabólica no fígado, resultando tanto em uma maior produção de insulina, como também uma maior a resistência à insulina.
      
1980 - Níveis de obesidade em os EUA tinham permanecido entre 12 a 14 por cento entre 1960 e 1980. Depois de 1980, especialmente após 1990, a obesidade cresceu dramaticamente. Hoje 49 estados têm taxas de obesidade maiores do que 20 por cento. 
      
          - O Departamento de Agricultura dos EUA libera as primeiras diretrizes oficiais sobre as deitas de baixa  de gordura [comer menos gordura, gorduras saturadas e colesterol] Finalmente, uma hipótese ainda não comprovada de que a gordura dietética é a causa de doença cardíaca tornou-se a pedra angular das políticas e de educação nutricional dos EUA [e também no mundo].
     
1982 - Dois anos após a liberação das Diretrizes para deitas de baixa gordura um grande estudo [National Institutes of Health Study MRFIT] não consegue provar que dietas s mesmas eram mais seguras ou eficazes. . Participantes do grupo que usaram uma dieta com baixo teor de gordura, rica em carboidratos e em gorduras de origem vegetais tiveram mais mortes do que o grupo que receberam a orientação de escolher sua própria dieta. 
      
1984 - Mais questionáveis são produzidos, um o estudo patrocinado pelo NIH [Instituto nacional do Coração] faz uso de ajustamentos as estatísticas e seu diretor, Basil Rifkind, declarou vitória e afirmou que agora o governo federal tinha prova definitiva de que a redução do colesterol e gordura reduziria o risco de doença cardíaca. Muitos cientistas respeitáveis ​​questionaram a metodologia , as estatísticas de " risco relativo " , e resultados distorcidos do estudo , mas LRC e uma subseqüente NIH " Conferência de Consenso " em 1984 acabou com qualquer novo debate público.

          - Anthony Gotto, presidente da Associação Americana do Coração, disse: "Se todo mundo saiu na frente com para baixar o colesterol, vamos conquistar a aterosclerose, até o ano de 2000." Embora milhões de pessoas estão a tomar estatinas para baixar o colesterol, a incidência de doença cardíaca tem não desceu, como prometido. Desde o ano de 2000, cinco (5) novos hospitais coração especialidade que custam mais de US $ 250 milhões de dólares foram construídas apenas em cidades gêmeas de Minneapolis e St. Paul. 
      
1986 - NIH e AHA estabelecem o Programa Nacional de Educação sobre o Colesterol. Diretrizes são emitidas no ano seguinte. Pela primeira vez  o colesterol no sanguíneo maior do que 200 mg/dl é considerado como uma doença. Empresas de cereais e de óleos vegetais estão ansiosas em participar da "guera contra o colesterol juntamente com a
Associação Médica Americana.

          - A FDA [Departamento de Agricultura dos EUA] diz que "não existem evidências conclusivas" de que o açúcar causa doença cardiovascular. Desde aquela época, o governo não financiou nenhum estudo para testar a hipótese. De acordo com as Diretrizes Dietéticas para Americanos de 2005, até 25 por cento das calorias pode ser consumidas como açúcar. 

1987 - Uma descoberta "insólita" do Framingham Heart Study. Os residentes de Framingham, aqueles em que os níveis de colesterol diminuíram nos primeiros 14 anos do estudo, foram mais propensos a morrer prematuramente de doença cardíaca e câncer quando comparados com aqueles nos quais o colesterol permaneceu o mesmo ou aumentou.
      
1987 - Mevacor, a primeira droga para baixar o colesterol [Estatina], foi aprovada em tempo recorde. As Estatinas reduzem tanto o colesterol e quanto a Coenzima Q10 [CoQ10]. Os os músculos e o coração usam a CoQ10. Não é de estranhar, então, que a incidência de insuficiência cardíaca congestiva tenha duplicado desde 1990.

1988 -  O Relatório sobre Nutrição e Saúde da Surgeon General é lançado e é dada a máxima prioridade na redução da ingestão de gordura.

          - Depois de 20 anos pesquisando o metabolismo de carboidratos, Gerald Reavan da Universidade da Califórnia, anuncia a sua descoberta de "Síndrome X", agora conhecida como síndrome metabólica ou doença cardíaca relacionada com a diabetes. A Síndrome X é um conjunto de anormalidades, incluindo o açúcar elevado no sangue, os níveis elevados de insulina, triglicerídeos elevados, e níveis baixos de HDL. Em seu livro Síndrome X,  o Dr. Reaven disse que o culpado na doença cardíaca é o excesso de açúcar e o excesso de carboidratos facilmente digeridos e não a carne vermelha. 
      
1990 - De acordo com o CDC [em Atlanta] a diabetes tipo II aumentou como um "trem desgovernado".

2000 - O CDC informou que o risco de vida do diabético é agora de 1 em 3. Porque 80 por cento dos diabéticos morrem de coração doença, o "sistema de gestão da doença" nos EUA vão ter que se preparar para um grande aumento de doenças cardíacas.

         - O óleo de soja 2000 tem 70 por cento do mercado de gordura comestível no consumo banha Nutritiva EUA: Menos de 1 quilo por habitante. 
      
         - O consumo de açúcar em os EUA chega cerca de 75 kg por habitando por ano. 
      
         -  1 bilhão de dólares foi gasto em estudos com foco na redução do colesterol LDL. Pouco ou nenhum dinheiro tem sido gasto pesquisando os perigos potenciais do açúcar adicionado aos alimentos, o óleos ômega-6 com origem em sementes ou a dieta oficial teor de gordura. 
   
2003 - Um estudo da Escola de Medicina da Universidade de McGill encontrou que adolescentes obesos possuem corações aumentados o que é um forte preditor de problemas cardíacos graves no futuro. Os indicadores de doença cardíaca em crianças incluem resistência à insulina, níveis elevados de triglicerídeos e níveis reduzidos de HDL. 
      
2004 - O nível obesidade em os EUA chega a mais de 30 por cento.

2005 - As receitas da indústria do Fitness/Health  chega a 16 bilhões de dólares. Quase 40 milhões de americanos pertencem a clubes de Fitness/Health. O do exercício não consegue reduzir a obesidade, diabetes, ou a incidência de doença cardíaca. 

2010 - O guia Alimentar [Dietary Guidelines] continua a preconizar as dietas de baixo teor de gordura, o mantra saúde. O Comitê Consultivo [de 13 membros] que elaborou o guia o teria feito a portas fechadas. Embora eles aleguem ter baseado sua revisão sobre nas evidências científicas e médicas preponderantes, as evidências em favor de uma dieta com maior teor de gordura mais elevado foram simplesmente ignoradas.

2013 - Em Dallas, a American Heart Association está convidando 33.000 especialistas cardíacos [profissionais que continuam a seguir o Evangelho baixo teor de gordura de acordo com Ancel Keys] para sua grande conferência anual. A cidade de Dallas concordou em construir um luxuoso hotel quatro estrelas com 1100 camas. Phillip Jones, presidente e CEO do Dallas Convention & Visitors Bureau, disse que o evento pode gerar cerca de 86.000 dólares para a cidade. Nenhuma surpresa até aqui. O AHA é um superstar na área de angariar fundos, com ativos superiores a 1 bilhão de dólares. O CEO do AHA ganha mais de 500,000 dólares por ano para ser chefe de policia das dietas de baixa gordura.

2014, 15,16..... Tempo para rever as diretrizes de baixo teor de gordura.

Carlinhos
treinamentocarlinhos@gmail.com


quinta-feira, 8 de maio de 2014

Redução de Peso, Saúde e Estéitca

Na minha prática profissional inúmeras vezes tenho contato com alunos com excesso de peso ou obesidade, nessa situação explico da necessidade de redução do peso e da quantidade de gordura corporal, assim como cito os benefícios dessas alterações em relação aos riscos para a saúde.

Muitas vezes estes alunos fazem o seguinte comentário:
“Minha intenção é qualidade de vida, não quero virar modelo ou ficar sarado, pois meu médico disse que meus exames estão todos normais.”

Essa afirmação diversas vezes essa é a justificativa para iniciar um programa de exercícios sem a realização de alterações na alimentação, pois mesmo o individuo estando acima do peso ou obeso seus exames são normais e seu risco não é elevado.
Indivíduos obesos que parecem estar protegidos contra o surgimento de alterações metabólicas são muitas vezes identificados na literatura médica como Obesos 

Metabolicamente Saudáveis [Metabolically Healthy Obese – MHO]3-8-11-13-21.
A classificação de uma pessoa como MHO é feita através de índices metabólicos como resistência à insulina e risco cardiorrespiratório baseado na pressão arterial, perfil lipídico e glicose1-4-6-7-8 e pela distribuição anatômica da gordura corporal5.

Essa interpretação é baseada no fato de que alguns trabalhos demonstraram que essas pessoas apresentam menores riscos do que pessoas obesas com alteração metabólicas [Metabolically Abnormal Obese – MAO]3-14-16-17-18, riscos semelhantes às pessoas com peso normal e metabolicamente saudáveis [Metabolically Healthy Normal Weight – MHNW]2 ou às pessoas com peso normal mas com alterações metabólicas19.

Dentre essa redução de risco temos a menor probabilidade de diabetes3, arterosclerose17 e infarto do miocárdio18. Esse menor risco pode ser explicado por alterações nas subfrações do colesterol LDL16, menor estado de inflamação, menor hipertensão e histórico familiar14 e também por uma melhor condição cardiorrespiratória dos MHO10. Porém quando o sedentarismo é avaliado através do tempo assistindo televisão, a classificação de MHO não apresenta relação com níveis maiores de atividade de lazer12.

Apesar dos resultados dos trabalhos citados anteriormente existem outros trabalhos1-3-15-20-22-23 onde foi demonstrado que MHO apresentam sim maiores riscos á saúde. Estes riscos envolvem aumento do risco cardiovascular1—15, da mortalidade20-22 e até maiores riscos de depressão23.

Parece prudente, considerando as informações disponíveis sobre o risco envolvido com os MHO, considerarmos que pode não existir um padrão saudável de aumento do peso22 e que os profissionais da saúde deveriam hesitar em tranquilizar os pacientes caracterizados como MHO15 devido ao fato de que ambas as classificações de obesidade [MHO E MAO] possuem elevado aumento dos riscos de mortalidade20.

Dessa forma acredito que seja importante para qualquer uma das classificações de obesidade [MHO e MAO] uma intervenção que seja composta de alterações na alimentação e a participação em um programa de exercícios. Um trabalho9 publicado em 2014 mostrou que a prática de exercícios intervalados de alta intensidade e uma dieta mediterrânea geram alterações positivas na composição corporal, pressão arterial, glicemia em jejum, resistência à insulina, aptidão cardiovascular e resistência muscular localizada de MHO e MAO.

Para finalizar deixo duas afirmações:

Considerando as informações já citadas é possível afirmar que uma alteração estética associada à redução de peso irá acontecer de forma simultânea com a diminuição dos riscos de mortalidade.

Independentemente dos resultados dos seus exames é importante reduzir seu peso, caso sua classificação seja de excesso de peso ou obesidade, pois não existe um padrão saudável de aumento do peso quando gerado por gordura corporal.

Carlinhos

Referências

Metabolically healthy obesity and coronary artery calcification (ONLINE)
J Am Coll Cardiol. 2014

Association of metabolically abnormal but normal weight (MANW) and metabolically healthy but obese (MHO) individuals with arterial stiffness and carotid atherosclerosis
Atherosclerosis. 2014 May;234(1):218-23

Metabolically healthy obesity and the risk of cardiovascular disease and type 2 diabetes: the Whitehall II cohort study. Eur Heart J. 2014 Mar 26.

Obes Rev. 2014 Jun;15(6):504-15
Metabolically healthy obesity and risk of incident type 2 diabetes: a meta-analysis of prospective cohort studies.

Med Monatsschr Pharm. 2014 Feb;37(2):54-64
Healthy obesity? Why the adiposity paradox is only seemingly paradox.

ISRN Obes. 2014 Jan 28;2014:545804
Carotid Intima Media Thickness Is Independently Associated with Male Gender, Middle Age, and IGF-1 in Metabolically Healthy Obese Individuals.

J Clin Endocrinol Metab. 2014 Feb 25
The metabolically healthy but obese phenotype is associated with lower plasma levels of persistent organic pollutants as compared to the metabolically abnormal obese phenotype.

Diabetes Care. 2014 May;37(5):1462-8.
Predictors of metabolically healthy obesity in children.

Can J Cardiol. 2014 Apr;30(4):434-40.
Intensive lifestyle intervention improves cardiometabolic and exercise parameters in metabolically healthy obese and metabolically unhealthy obese individuals.

Exp Clin Endocrinol Diabetes. 2014 Feb;122(2):87-91.
Physical fitness can partly explain the metabolically healthy obese phenotype in women.

Nutr Metab Cardiovasc Dis. 2014 May;24(5):455-9.
Current issues in the identification and treatment of metabolically healthy but obese individuals.

Prev Med. 2014 May;62:35-7.
Metabolically healthy obesity: What is the role of sedentary behaviour?

BMC Endocr Disord. 2014 Feb 1;14(1):9.
The prevalence of metabolic syndrome and metabolically healthy obesity in Europe: a collaborative analysis of ten large cohort studies.

Metab Syndr Relat Disord. 2014 Apr;12(3):185-90.
Metabolically healthy obesity and its associates in Mongolian Chinese adults.

BMC Public Health. 2014 Jan 8;14:14.
Beyond BMI: The "Metabolically healthy obese" phenotype & its association with clinical/subclinical cardiovascular disease and all-cause mortality -- a systematic review. 

Metabolism. 2014 Mar;63(3):415-21.
Predominance of small dense LDL differentiates metabolically unhealthy from metabolically healthy overweight adults in Korea.

Nutr Metab Cardiovasc Dis. 2014 Mar;24(3):256-62.
Metabolically healthy obese subjects are at risk of fatty liver but not of pre-clinical atherosclerosis.

J Am Coll Cardiol. 2014 Mar 25;63(11):1071-8.
Risk of myocardial infarction and heart failure among metabolically healthy but obese individuals: HUNT (Nord-Trøndelag Health Study), Norway.

J Clin Endocrinol Metab. 2014 Feb;99(2):462-8.
Risk of developing diabetes and cardiovascular disease in metabolically unhealthy normal-weight and metabolically healthy obese individuals.

Metabolically healthy obesity and risk of mortality: does the definition of metabolic health matter?
Diabetes Care. 2013 Aug;36(8):2294-300

Lancet Diabetes Endocrinol. 2013 Oct;1(2):152-62
Metabolically healthy obesity: epidemiology, mechanisms, and clinical implications.

Ann Intern Med. 2013 Dec 3;159(11):758-69
Are metabolically healthy overweight and obesity benign conditions?: A systematic review and meta-analysis.

Mol Psychiatry. 2013 Dec 3.
Association of metabolically healthy obesity with depressive symptoms: pooled analysis of eight studies.